Uma vez que o diabetes influi diretamente na presença de insulina no organismo, em alguns casos se faz necessária a aplicação do hormônio por meio de seringas ou canetas. O processo pode assustar — principalmente aqueles que têm medo de injeção. Porém, com os materiais e as técnicas certas, tudo pode ser feito de maneira rápida e com menos dor. Em 2010, um trabalho conjunto com 127 médicos, enfermeiros, psicólogos e educadores de 27 países traçou as diretrizes a seguir.
Como aplicar
Lave as mãos com água e sabão e higienize o ponto da aplicação com algodão e álcool. Faça suaves movimentos circulares com o frasco para homogeneizar a mistura. Introduza a agulha no frasco, vire-o de cabeça para baixo e aspire a dose certa. Comprima um pedaço da pele de modo a formar uma prega (desnecessária para os adultos). A agulha deve entrar em um ângulo de 90º e ultrapassar a epiderme. Depois, puxe levemente o êmbolo e, caso veja um pouco de sangue na seringa, perfure outro local. Injete a insulina delicadamente e, após chegar ao final, conte até dez antes de retirar a agulha. Pressione o local com um algodão, sem massagear, pois isso acelera o processo de absorção.
Onde aplicar
A insulina é absorvida mais rapidamente, pela ordem, nas coxas, nádegas, abdome e braços. O ideal é subdividir cada uma das regiões em seis ou oito pontos, distantes aproximadamente 2cm um do outro. Também é necessário fazer um rodízio entre eles. Por exemplo: comece pelo braço esquerdo, aplique nos seis pontos e, depois, passe para o braço direito. Em seguida, parta para as outras regiões e, quando chegar ao fim do ciclo, recomece. Evite injetar a insulina em algum músculo pois, além de mais dolorido, pode acelerar a velocidade de absorção. Gestantes devem evitar a região do abdome no último trimestre da gravidez
Agulhas
Em geral, são três os comprimentos de agulha, que devem ser indicadas individualmente segundo orientação médica: 5mm, 8mm e 12,7mm. A mais comprida costumava ser indicada para pacientes obesos, no entanto, a orientação atual diz que, mesmo nesses casos, não é necessário uma agulha maior para atingir o ponto da aplicação. O ideal é que sejam descartadas após o processo, para que reduzam os ricos de infecção, entrada de ar ou desperdício de insulina. Atenção: não jogue fora as agulhas junto com o restante do lixo doméstico. Em farmácias, é possível adquirir recipientes específicos para esse fim, que, depois de cheios, devem ser encaminhados a uma instituição de saúde, para então serem recolhidos por uma empresa especializada.
Inovações
As canetas para a aplicação de insulina são uma alternativa bastante prática, principalmente no caso de crianças. Podem ser do tipo descartável, podendo ser jogadas fora tão logo as cargas do hormônio acabem, ou permanente, em que a carga pode ser comprada separadamente em drogarias e farmácias. Além de portáteis e discretas, não precisam de refrigeração e permitem maior precisão nas doses injetadas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou a entrada no mercado brasileiro da insulina inalável, que pode corrigir eventuais picos de hiperglicemia. Embora ainda não dispense o uso da versão injetável, já prepara o terreno para dias mais fáceis na vida dos diabéticos.
Insulina
Pode ser armazenada em temperatura ambiente desde que não ultrapasse os 30ºC. O ideal é que fique sob 2ºC e 8ºC, na gaveta dos legumes ou na última prateleira da geladeira (evite a porta ou áreas mais próximas do congelador).
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Fonte:Jornal Diabetes & Metabolism, edição 36 (2010)
Texto: Redação Alto Astral