A longo prazo, o excesso de colesterol que circula no sangue pode acarretar um problema chamado aterosclerose, caracterizado pela formação de placas de ateroma, compostas principalmente pelo colesterol. Essas placas se acumulam na parede dos vasos sanguíneos, diminuindo seu calibre e podendo causar uma obstrução. Essa interrupção no fluxo do sangue é capaz de prejudicar qualquer tecido do corpo e afetar gravemente órgãos importantes como rins, coração e cérebro.
E o colesterol alto não é o único vilão. De acordo com a cardiologista Viviane Cordeiro Veiga, os principais fatores de risco para desenvolver a aterosclerose são, além do colesterol elevado, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, estresse e sedentarismo. A formação dessas placas tem início já nos primeiros anos de vida, mas a manifestação clínica acontece geralmente na vida adulta.
Hábitos que fazem a diferença
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das mortes prematuras causadas por doenças do coração e AVC poderiam ser evitadas por meio de uma dieta saudável, atividades físicas regulares e abandono do cigarro.
Aterosclerose: como ocorre?
Qualquer lesão mínima ocorrida na parede das artérias é detectada pelas células de defesa que estão na corrente sanguínea, que estacionam no local e passam a acumular elementos estranhos ao organismo, como o LDL oxidado pela ação dos radicais livres. Com o tempo, esse acúmulo de gordura e outros elementos forma o ateroma, placa de gordura que prejudica a circulação do sangue e tem uma fina capa. Em situações de estresse ou aumento da pressão arterial, essa capa pode se romper, liberando o núcleo lipídico na corrente sanguínea. Em contato com o sangue, forma um coágulo capaz de interromper seu fluxo e causar infarto.
Quando o coágulo não chega a entupir a artéria, o organismo tenta detê-lo, enviando ao local depósitos de cálcio e colágeno. Essas placas duras também prejudicam o fluxo sanguíneo, mas, diferente das placas moles, que não apresentam sintomas, elas podem causar a chamada angina, dores no peito provocadas pela falta de sangue e oxigênio no coração.
Quem está na mira
Por questões genéticas, algumas pessoas são mais propensas do que outras a desenvolver a doença. No entanto, fatores de risco devem ser observados, como é o caso dos já citados desníveis de colesterol e triglicérides. Tabagismo, hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo e estresse emocional também entram na lista dos causadores. Idosos, pessoas com antecedentes familiares de aterosclerose e mulheres após a menopausa correm mais riscos.
Exame fundamental
Além dos níveis de colesterol e triglicérides, é importante medir a pressão arterial em toda consulta de rotina e com mais frequência se a pessoa já é hipertensa. A pressão arterial alta é fator de risco para infarto e AVC e deve estar sempre controlada.
Não confunda
Aterosclerose não é sinônimo de arteriosclerose. A primeira indica a formação de placas pelo acúmulo de colesterol e consequente processo inflamatório no vasos sanguíneos. Já a arteriosclerose é o espessamento e endurecimento das artérias, causados pelo envelhecimento.
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