O derrame cerebral, também chamado de Acidente Vascular Cerebral (AVC), é uma das doenças que mais mata ao redor do globo. Após um episódio de AVC, 20% dos sobreviventes necessitam de cuidados frequentes devido às sequelas e incapacidades geradas. Por isso, é necessário que, nos cuidados pós-AVC, medidas fisioterapêuticas e a favor da saúde mental sejam tomadas para melhorar a qualidade de vida do indivíduo e impulsionar a recuperação.
Cuidados pós-AVC: primeiros dias
O processo de reabilitação após o trauma começa ainda na fase hospitalar. “É importante salientar o papel da fisioterapia e, muitas vezes, da terapia ocupacional nos cuidados pós-AVC já que ajuda muito a melhorar a qualidade de vida do paciente e prevenir infecções”, destaca o neurologista Leonardo Medeiros. Além disso, também são avaliadas as complicações respiratórias e motoras para iniciar o tratamento de fortalecimento muscular e restabelecimento das sensações.
Fisioterapia
O profissional da área pode diagnosticar os problemas gerados pelo AVC e, a partir da avaliação da área lesionada, indicar atividades específicas que estimulem a independência motora do paciente. Pesquisas mostram que o tratamento fisioterápico pode facilitar a neuroplasticidade – capacidade que o órgão tem de encontrar novos caminhos para se recuperar a partir das mudanças estruturais.
Auxílio a mais: crioterapia
A técnica busca recuperar o lado paralisado através do lado oposto, ou seja, o lado sadio. O método utilizado para estimulação é a crioterapia. Esse processo consiste no uso sobre a pele de sacos de gelo ou bolsas de gel resfriadas. Ao fazer as sessões nos membros não afetados, foi possível a intervenção sensorial do lado oposto, o afetado. “É possível propor este tratamento como uma técnica viável, de baixo custo, prática e segura acima de tudo. É importante salientar que os experimentos não alteraram os parâmetros hemodinâmicos dos pacientes, como a frequência cardíaca e a pressão arterial. As melhorias são perceptíveis e o desconforto, aceitável.”, indica o profissional.
Terapia ocupacional
Essa ciência traz ao paciente a forma de lidar com a incapacitação das atividades cotidianas e ajuda também a identificar os problemas que levam à falta de independência. Também atua nas atividades de cuidados pessoais, como alimentação, vestuário e higiene, ou seja, atividades diárias. Cabe ao terapeuta ocupacional auxiliar e promover alternativas para melhorar a recuperação.
Fase de luto
Cerca de 21% das vítimas de AVC desenvolvem um quadro depressivo. Para prevenir a complicação, o cardiologista Roger Oliveira recomenda: “deve-se dar atenção especial ao paciente quando este apresenta os seguintes fatores chamados de fatores de risco, como prejuízo funcional e cognitivo importante, que implica na perda de movimentos, fala e entendimento, depressão prévia, idade, sexo, AVC prévio e suporte social e familiar precário. Como a depressão está relacionada a uma pior evolução dos pacientes, atraso na reabilitação, mais complicações e maior risco de morte, é importante seu diagnóstico e tratamento precoce”. Outro fator que de ser levado em consideração é o estresse pós-traumático.
Consultoria: Leonardo Medeiros, neurologista; Carla Jevoux, neurologista; Renato Igino dos Santos, clínico geral e diretor da clínica Preventor; Roger Oliveira, cardiologista Fonte Hospital Albert Einstein; Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
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