De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), a bipolaridade é uma condição médica frequente – estima-se que cerca de 4% da população brasileira seja de portadores da doença. O problema pode se manifestar em diversos graus, sendo apresentado em quatro tipos, do mais leve ao mais grave, quando atrapalha completamente a rotina do indivíduo. “O que vai apontar o nível é a frequência, a gravidade e a duração. No primeiro nível, por exemplo, a pessoa consegue executar suas tarefas diárias”, indica psiquiatra Maria Cristina de Stefano.
Tipos de transtorno bipolar
Transtorno bipolar tipo I
Ele acomete cerca de 1% da população mundial, deixando o humor do doente exageradamente elevado e expansivo (mania) e pode prejudicá-lo nos círculos sociais. Além disso, o indivíduo também pode passar por períodos de sentimentos negativos, perda de apetite e insônia. “Em quadros como esse, o que mais chama a atenção é a desproporção entre as reações, ou seja, quando não há acontecimentos no ambiente em que a pessoa está e que justifiquem tal comportamento alterado“, explica Maria Cristina.
Transtorno bipolar tipo II
Essa forma de apresentação difere do tipo I devido ao nível de humor, menos elevado e agressivo, sendo assim chamado de hipomania. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, pessoas com transtorno bipolar tipo II normalmente apresentam um episódio depressivo maior, sem que os estados de euforia mais amenos (hipomania) causem prejuízos pontuais para a vida do paciente.
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Transtorno ciclotímico
O transtorno ciclotímico é um tipo que tem como característica essencial a oscilação frequente de humor, com sintomas alternados de euforia e depressão moderados. É considerado menos grave, já que, muitas vezes, pode ser confundido com a própria personalidade da pessoa.
Porém, de acordo com o Manual, embora alguns indivíduos com esse tipo possam não ter problemas com certos períodos de hipomania, o prejuízo social acontece em decorrência das mudanças constantes de humor, ou seja, o indivíduo pode ser visto como temperamental, mal-humorado, imprevisível, incoerente ou não confiável.
Transtorno induzido
Tanto no transtorno bipolar quando no transtorno relacionado induzido, as características diagnosticadas são as mesmas: mania, hipomania e depressão. O que varia é que no segundo os estados surgem e se tornam um problema devido à uma substância.
Isso ocorre por causa dos efeitos colaterais de alguns fármacos antidepressivos e outros psicotrópicos. Entretanto, segundo o Manual, quando acontecem casos de hipomania ou mania (euforia) após uso de medicamento antidepressivo ou outros tratamentos e persistem além dos efeitos fisiológicos do fármaco, essa condição é considerada indicadora de transtorno bipolar real, e não de transtorno relacionado induzido.
Dá para controlar?
O tratamento do transtorno bipolar é feito por especialistas de diversas áreas, como psicólogos, psiquiatras e neurologistas. “Em alguns casos, há a internação para proteger o indivíduo dele mesmo e também para que os médicos verifiquem quais medicamentos têm mais eficácia e eficiência”, explica Maria Cristina.
Consultoria: Maria Cristina de Stefano, psiquiatra Fonte: Manual Diagnóstico E Estatístico De Transtornos Mentais (DSM-5) e Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB)