A chegada da pandemia de Covid-19 mexeu com a cabeça de todo mundo, não é mesmo? Pois é. As incertezas proporcionadas por esse momento trouxeram impactos negativos para a saúde mental de todo mundo.
Segundo dados divulgados pelo Google no fim do ano, a pergunta “como manter a saúde mental?” foi um dos itens mais procurados em 2021. E não para por aí: a pergunta “como ajudar uma pessoa com ansiedade?” foi uma das mais feitas de acordo com o site.
Se por um lado todo viver com essa preocupação excessiva do coronavírus fez com que os usuários buscassem por respostas para sua saúde mental, por outro, foi possível perceber que esse assunto vem cada vez mais sendo desmistificado.
Levantamentos apontam que o público em geral têm procurado por ajuda profissional para lidar com essa angústia. Entre as opções mais tradicionais estão a psicologia e a psicanálise, mas há ainda opções alternativas de terapia para quem precisa.
Hábitos como a caminhada ao ar livre, por exemplo, vem ganhando muitos adeptos justamente por ajudar não só a manter o corpo saudável como também a mente.
Para o filósofo clínico Beto Colombo, durante o percurso as pessoas podem apreciar o que a região tem de melhor, que são suas belezas naturais, a história, a hospitalidade, além de realizarem paradas para refletir sobre o momento vivido, qual o seu papel, se redescobrir e recuperar sua qualidade de vida.
“Diferentemente da psicologia, que utiliza conceitos prévios, a filosofia clínica é um método de estudo do ser humano. Por isso, usamos como base grandes mestres, que sabiam que enquanto caminhamos por longos trechos junto às árvores, rios e animais, expandimos nosso poder cerebral, intensificando o fluxo de sangue para a cabeça. Dessa forma, ampliamos a dimensão do hipocampo, onde as memórias são armazenadas e melhoramos o desempenho cognitivo, além de estimularmos o nascimento de novas ideias”, relata.
Por isso, que tal começar a caminhar ao ar livre hoje? Separamos algumas dicas para aqueles que desejam transformar esse hábito em uma forma complementar de cuidar da sua saúde mental. Confira!
Dicas para a caminhada como forma de terapia
Para quem não tem condições financeiras de pagar um acompanhamento e gostaria de caminhar sozinho, o terapeuta compartilha algumas dicas. Entre elas, sair um pouco do mundo das ideias.
“Com o isolamento social, desenvolvemos a tendência de ficar idealizando muito as coisas, pensando mais e agindo menos. Sendo assim, busque conectar a mente ao corpo por meio de trabalhos manuais e exercícios físicos. Faça uma caminhada de contemplação, observe tudo ao seu redor, se atenha aos detalhes que te rodeiam. Quanto melhor for a qualidade dessa caminhada, mais rápido vamos desacelerar o pensamento”, aponta Beto.
A segunda dica é viver o presente e respeitar o tempo das coisas, inclusive das caminhadas.
“Ilustro esse conceito com uma das lições que o Caminho de Santiago me ensinou: não adianta uma pessoa querer concluir o caminho em 20 dias, ou então, uma semana. É até possível, mas a pessoa se machucaria demais, ou então, precisaria de ajuda. Vale a pena? É a mesma coisa com os marcos da nossa vida. Tudo a seu tempo. A ansiedade é isso, é o corpo respondendo que nós não estamos bem, que precisamos diminuir o nosso ritmo”, reforça o filósofo.
A terceira e última dica compartilhada pelo terapeuta é confiar no seu próprio caminho.
“Há quem diga que ainda não encontrou um caminho na vida. Porém, essas são pessoas que se perderam de si, querendo dar uma resposta à sociedade. Elas vivem pautadas na opinião alheia, e acabam pagando um preço muito alto, já que a sociedade exige sempre mais e mais. Pode ser que lá na sua própria história, esteja a resposta e o caminho que se busca. Um recomeço sempre é possível, respeite a sua intuição”, conclui.
Fonte: Beto Colombo, terapeuta e filósofo clínico.