O coração bate aceleradamente, os sentidos começam a ficar um pouco confusos, a visão escurece, as mãos começam a tremer, você sente o suor frio escorrendo e a sensação de que o pior vai acontecer toma conta de sua mente. Por outro lado, fica difícil cair no sono (ou quando dorme, é mais do que o recomendado), a concentração se perde e toda a disposição desaparece. É assim que a ansiedade se manifesta.
A síndrome do pânico e a depressão são distúrbios muito comuns entre a população mundial e são graves por si só. Enquanto o pânico é um transtorno ansioso, a depressão tem suas próprias definições. No entanto, não é incomum que os sintomas de um interfiram no quadro do outro.
Uma coisa leva a outra
Quando o assunto é ansiedade, certas variações do sentimento vêm à tona na forma de distúrbios mentais, que acabam ultrapassando sua definição de “alarme natural”. Para exemplificar, podemos citar desde os transtornos obsessivos compulsivos (TOCs), passando pelas fobias, o estresse pós-traumático, a síndrome do pânico, entre outros quadros alterados pela ansiedade em excesso.
Porém, antes de compreender como essa reação do corpo atua em cada um desses exemplos, é necessário explicar que ela nem sempre age sozinha, sendo apenas uma consequência de outros fatores. Isso possibilita seu aparecimento em outros distúrbios que não contam necessariamente com a ansiedade como um de seus sintomas, por exemplo, a depressão.
A psicóloga Ana Paula Cavaggioni esclarece que, “embora os transtornos de ansiedade tendam a ser altamente comórbidos (estarem relacionados) entre si, podem ser diferenciados pelo exame detalhado dos tipos de situações que são temidos ou evitados e pelo conteúdo dos pensamentos ou crenças associados”.
Efeito dominó
“Todos os casos de síndrome do pânico são crises de ansiedade, mas nem todas as crises de ansiedade são síndromes do pânico”, explica o psicólogo Bayard Galvão. O profissional afirma que o transtorno caracteriza-se, basicamente, pelo receio de sentir os sintomas da própria ansiedade aguda.
Assim, se não controlado, esse medo será alimentado toda vez que houver uma recaída, uma vez que as sensações são bastante desagradáveis e difíceis de serem estabilizadas. Isso gera uma reação em cadeia que a cada fase se tornará mais intensa, podendo prejudicar a saúde mental do paciente caso não receba o tratamento adequado, seja medicamentoso ou terapêutico.
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Consultorias: Ana Paula Cavaggioni, psicóloga da Clia Psicologia e Educação (www.cliapsicologia.com.br), em Santo André (SP); Bayard Galvão, psicólogo, hipnoterapeuta e presidente do Instituto Milton H. Erickson, de São Paulo (SP).
Texto: Giovane Rocha/Colaborador – Entrevistas: Natália Negretti – Edição: Augusto Biason/Colaborador