Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, existem mais de 150 tipos de dores de cabeça, e sete a cada dez mulheres e metade dos homens têm, pelo menos, um episódio da dor ao mês no país. Além disso, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo mostrou que 72% da população nacional sofreu com este mal no ano de 2008.
A dor de cabeça pode ser dividida em dois grupos. O primeiro é chamado primário e nele estão as dores que são o mal por si só, ou seja, não possuem fatores que originam este caso. Elas decorrem de estruturas da própria cabeça, como vasos sanguíneos dilatados ou contraídos, predisposição genética, músculos da cabeça tensionados, entre outros. No segundo grupo, denominado secundário, a dor surge como indício de alguma outra disfunção do corpo, como aneurisma, sinusite, tumor, algum trauma e até problemas dentários.
Determinar o tipo e a possível causa da dor é o primeiro passo para um tratamento correto. “A dor de cabeça é um sintoma que pode estar presente em muitas doenças. A identificação de qual doença vai depender de quais outros sintomas e sinais estão associados a dor de cabeça”, esclarecem Marcela Jacobina, neurologista, e Marcelo Amato, neurocirurgião.
Mente aliada
Procurando soluções para as dores, muitos pacientes buscam médicos e tratamentos tradicionais. No entanto, deve-se considerar a importância da própria mente no processo, que pode ser uma aliada no combate de vários sintomas. “A hipnose pode ser utilizada para tratar qualquer tipo de dor. Lógico que não vai curar um processo inflamatório, mas alivia a dor enquanto o remédio leva o tempo necessário para a cura. Nos casos crônicos é mais usada, pois há um componente emocional intensificando os sintomas”, explica o psiquiatra e hipniatra João Cabral.
Existem diversas técnicas de hipnose para conduzir a intervenção. “Os métodos utilizados podem ser uma indução direta para bloquear a dor, mas geralmente é utilizada a regressão para buscar a causa da dor. Se for um trauma, ao tratarmos dele a dor desaparece. Há também a técnica de visualização dirigida para alívio da dor enquanto se faz o tratamento adequado para cada caso”, complementa João.
Os benefícios do tratamento são diversos e, além disso, diferentes casos e pacientes podem receber ajuda. “Em cirurgias, diminui o uso de anestésicos e isso melhora a cicatrização, o edema e a dor pós-operatória. Podemos utilizá-la, também, no parto sem dor, facilitando o nascimento sem trauma”, finaliza João.
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Consultorias: Alexandra Raffaini, médica intervencionista da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor e especialista no tratamento de dor; João Jorge Cabral, médico, psiquiatra, hipniatra e presidente da Associação Brasileira de Neurologia (ABN); Marcela Jacobina, especialista em neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e neurologista no Amato Instituto de Medicina Avançado, em São Paulo (SP); Marcelo Amato, neurocirurgião no Amato Instituto de Medicina Avançada, em São Paulo (SP).
Texto: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Entrevistas: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador