A anatomia da mulher a deixa mais propensa a contrair as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) do que os homens. Além da região íntima mais desprotegida, os sintomas podem ser confundidos com alterações rotineiras no organismo feminino, como as secreções. Uma doença não tratada pode tornar a mulher infértil ou prejudicar o bebê na gravidez. Por isso, quem tem vida sexual ativa deve sempre se prevenir.
É importante conhecer o próprio corpo e, além de exames preventivos, correr ao médico assim que perceber algo diferente. “Dentre as várias doenças que podem ser adquiridas sexualmente, as mais importantes são o herpes, HPV, HIV, a gonorreia, sifílis e gardnerella”, comenta a ginecologista Mara Diegoli. Saiba mais sobre essas doenças e cuide-se!
HPV ou condilomas
“Caracteriza-se pelo aparecimento de verrugas, principalmente na vulva, vagina e colo do útero. Pode aparecer na região anal e perianal, boca, amídalas e pênis”, explica a especialista. O HPV não causa dor e pode evoluir para o câncer. É tratado por meio de medicamentos, cauterizações ou cirurgias. O exame ginecológico anual pode detectar a doença. Causada por um vírus, em casos raros pode ser adquirida pelo uso compartilhado de peças íntimas e toalhas.
Herpes genital
Causa pequenas bolhas na boca ou nas regiões genitais, por isso o sexo oral também deve ser feito com proteção. Os sintomas duram cerca de 7 dias e desaparecem espontaneamente, para surgirem novamente quando a pessoa está com baixa imunidade. A primeira infecção pode ser acompanhada de febre, podendo levar à meningite.
HIV
O HIV é o vírus da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Ele destrói as defesas do corpo, que fica propenso a adquirir outras doenças. É transmitido pela relação sexual e pelo contato com seringas ou objetos perfurantes que tiveram contato com o sangue de pessoas infectadas. A mãe pode transmitir o vírus para o bebê através da placenta. “As formas de evitar o HIV é usando preservativo em todas as relações sexuais, não usar seringas ou objetos cortantes de outras pessoas e evitar transfusões de sangue não testado”, alerta Mara.
Gonorreia
Provocada por uma bactéria, é tratada com medicamentos próprios para a doença. “A gonorreia caracteriza-se por uma secreção que sai da vagina ou do pênis, amarelo-esverdeada e com cheiro forte. Se não tratada, pode acometer o útero e as trompas e provocar esterilidade. O diagnóstico é feito através do exame da secreção”, explica a ginecologista.
Sífilis
Manifesta-se com o aparecimento de uma úlcera alguns dias após a relação sexual e localiza-se principalmente no pênis ou na vulva. A lesão desaparece espontaneamente, mas corre pelo sangue e pode afetar vários órgãos e o bebê durante a gravidez. O diagnóstico é feito através da amostra da lesão na fase aguda, ou do exame de sangue. Toda gestante deve fazer o exame, pois se tratada antes do quarto mês de gestação, o bebê não corre riscos.
Como prevenir as doenças sexualmente transmissíveis?
Temperaturas altas e roupas muito justas provocam corrimento. Para ser considerado normal, ele não deve ter cor, nem cheiro e, muito menos, causar ardor ou coceira. Procure um médico quando houver sintomas, principalmente se o corrimento apresentar odor e causar incômodos, pois pode ser sinal de doenças sexualmente transmissíveis.
Um dos problemas mais comuns é a candidíase, que ocorre quando o organismo está com as defesas debilitadas. Não é considerada uma doença sexualmente transmissível e provoca secreção branca e grossa, acompanhada de coceira e irritação. É causada por um fungo e o tratamento é simples, à base de pomadas.
Já a infecção pela bactéria Gardnerella vaginalis é uma DST e causa corrimento branco com cheiro forte. Pode estar acompanhada de ardor e discreta queimação na região genital. É tratada com cremes e antibióticos. Para se prevenir desses problemas, além do sexo seguro, é preciso seguir as recomendações:
- Troque o absorvente interno de 2 em 2 horas. O absorvente externo deve ser trocado de 3 em 3 horas ou sempre que necessário
- Use sempre toalhas secas e evite compartilhá-las. Não permaneça muito tempo com o biquíni molhado
- No verão, procure usar roupas leves, como vestidos e saias
Consultoria Mara Diegoli, ginecologista
LEIA TAMBÉM:
- Saúde íntima: 5 respostas para as dúvidas mais comuns
- Os benefícios do óleo de prímula para a saúde da mulher
- Câncer de colo de útero: o que é e como tratar a doença