Mais de um século depois do surgimento da teoria psicanalítica, são poucas as pessoas que nunca ouviram falar, pelo menos, sobre a grandiosidade de Sigmund Freud. Tamanho reconhecimento não é para menos: desde a publicação do livro base para a psicanálise, o austríaco reuniu – e reúne até hoje – milhares de seguidores e verdadeiros discípulos de suas ideias, como foram os casos de Jacques Lacan e André Green.
Jacques Lacan
Quando o francês nasceu, em abril de 1901, a psicanálise já dava os primeiros passos com a publicação do livro A Interpretação dos Sonhos, de Sigmund Freud. Ao se formar em psiquiatria, em 1932, então, o psicanalista austríaco já era um ícone em todo o mundo devido às suas teorias.
Diferentemente da maioria dos seguidores de Sigmund na época, Lacan não teve contato com seu mestre. Por esse motivo, foram as obras de Freud que chamaram a atenção do psiquiatra, e não a sua pessoa, como acontecia com os outros discípulos, o que o manteve fiel à prática descrita pelo austríaco.
Lacan se opunha firmemente aos pós-freudianos e principalmente à corrente escolhida por Anna Freud durante a década de 1940, chamada psicologia do ego. O francês, então, propôs um retorno a Freud: além de crítica aos estudiosos do psicanalista, o que ele fez foi uma releitura de sua obra, incluindo aspectos de seu tempo não utilizados pela teoria freudiana, como a linguística, o estruturalismo e a topologia.
André Green
Outro seguidor e defensor de Sigmund Freud foi o egípcio André Green. Devido ao contato que teve com Jacques Lacan – acompanhou o francês em seus seminários por sete anos –, Green tornou-se um ardoroso protetor do legado freudiano frente aos ataques de difamadores externos. Para ele, muitos psicanalistas cometeram um grave engano ao firmarem alianças com áreas que, segundo Green, não caminhavam junto à psicanálise.
Além de Lacan, o egípcio – e também psiquiatra – buscou em Melanie Klein, Wilfred Bion e Donald Winnicott, outros notáveis psicanalistas, subsídios para sua atividade clínica. Não à toa, Green é considerado um dos construtores de uma era chamada “pós-escolas”. Por essa atuação ao romper as fronteiras impostas pelas teorias (algo, até então, raro), André foi decisivo nas mudanças teóricas, clínicas e institucionais sofridas pela psicanálise nos últimos quarenta anos.
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Texto: Thiago Koguchi – Edição: Giovane Rocha/Colaborador