Castigo. Uma palavra que resume bem do que se trata o inferno cristão. Imagine um criminoso que, em vida, é sentenciado à prisão por seus atos. Atrás das grades, ele irá cumprir sua pena e ao longo do período de reclusão terá a chance de refletir e, quem sabe, se arrepender pelo mal que fez à sociedade.
O inferno pode ser visto como o presídio mais cruel de todos, destino daqueles que, no além, forem julgados pelas leis divinas.
O retrato do inferno cristão
A imagem do inferno cristão, que mistura chamas escaldantes e torturas demoníacas, combina elementos da Geena judaica e do Tártaro da mitologia grega.
Para a maioria das correntes cristãs, trata-se de um destino temporário até o retorno de Jesus – aqueles que então forem condenados, aí sim não terão escapatória senão a separação completa e eterna de Deus.
“Dizem os teólogos cristãos que o mais terrível do inferno é a plena consciência da pessoa de que ela poderia ter optado pelo amor, pela vida ou pelo céu, mas que se encontra ali por sua opção contra o bem”, afirma Ascânio João Sedrez, diretor do Colégio Marista Arquidiocesano, em São Paulo (SP).
É passível de arrependimento?
Para o catolicismo, muito presente no Brasil, o arrependimento pode levar às pazes com Deus: “Contando sempre com a misericórdia de Deus, considera-se que todos são candidatos à comunhão eterna com Ele, no Céu, e não sentenciados à condenação eterna por julgamentos superficiais que possamos fazer”, destaca Ascânio.

Foto: The Yorck Project/Wikimedia Commons
E para o protestantismo?
A visão do protestantismo é um pouco mais severa: “O Deus da Bíblia é um Deus de amor que, por meio de Jesus Cristo, oferece salvação e vida eterna para todo aquele que crê. Mas também é um Deus justo, que há de punir com castigo eterno todos aqueles que se conservaram num estado de inimizade e rebelião contra Ele”, explica Isaque Sicsú, pastor da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo (SP).
E para as Testemunhas de Jeová?
Já na teologia das Testemunhas de Jeová, por outro lado, não há propriamente um tormento consciente, mas a extinção definitiva da alma.
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Texto: Redação Alto Astral – Edição: Nathália Piccoli e Giovane Rocha
Consultorias: Ascânio João Sedrez, diretor do Colégio Marista Arquidiocesano, em São Paulo (SP) e Isaque Sicsú, pastor da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo (SP)
