As crenças mudaram, os valores estão cada vez mais relacionados aos bens materiais e o tempo simplesmente escorre pelas mãos… Mas, afinal, onde ficaram os aspectos subjetivos da vida, como religião e espiritualidade? Por que as crianças e jovens parecem se interessar cada vez menos em seguir uma crença e praticá-la? Ainda que as respostas sejam mais questionáveis do que as próprias perguntas, é possível dizer que tudo começa com a educação familiar.
Falta tempo?
• De acordo com a terapeuta infantil Denise Dias, todas as questões relacionadas à fé para as crianças estão diretamente ligadas com o que cada família acredita e pratica em seu cotidiano.
• “Não foram as crianças e os adolescentes que pararam de desenvolver a sua espiritualidade, mas sim os seus pais”, destaca a especialista. “Os adultos hoje têm tempo para renovar o guarda-roupa no shopping, para trabalhar muitas horas por dia, mas não têm tempo para brincar com os filhos por meia hora. Afinal, como haveriam de ter tempo para a própria espiritualidade, que é um plano questionável da vida, se mal têm tempo para os aspectos visíveis?”, questiona.
“Uma boa forma de fazer uma pessoa refletir sobre religião é observar quantas guerras são causadas por radicalismos e quanta paz podemos ter com uma vida espiritual em equilíbrio.”
Denise Dias terapeuta infantil
Mas religião é importante?
• A importância dada ao aspecto religioso da existência também tem muito a ver com hábitos e valores familiares. Mas, segundo a terapeuta, se a religião (seja ela qual for) puder ser vista como algo que traz paz interna, equilíbrio mental e harmonia social, só pode ser benéfica.
• “Está mais do que comprovado: pessoas que seguem qualquer tipo de ‘força maior’ conseguem superar mais facilmente os grandes obstáculos da vida. Há situações em que se não tem a quem orar, você se desestabiliza muito facilmente e fica praticamente impossível continuar a vida apenas no plano carnal e físico”, explica Denise.
• Mas a especialista ressalta: não há fórmulas para ensinar religião aos filhos! Cada família deve criar seus próprios métodos e avaliar o que faz ou não sentido para ela.
LEIA TAMBÉM
- Salmo 112: Para despertar a religiosidade e valorizar a fé
- Religiosidade e espiritualidade: qual a diferença entre esses conceitos?
- 9 dicas para desenvolver sua inteligência espiritual
Texto: Anaiza Selingardi/Colaboradora
Consultoria: Denise Dias, terapeuta infantil