Presente em diferentes culturas, o benzimento na Umbanda tem como função tornar “bento” ou “santo”. No Brasil, essa prática se tornou mais comum com a chegada dos imigrantes na época da colonização. Contudo, as tribos indígenas que já habitavam as terras tupiniquins apresentavam seus próprios rituais que visavam a cura por meio de orações tradicionais de sua cultura. Já em relação aos colonos, eles tinham estabelecidas suas próprias divisões em relação ao benzimento – os benzedeiros e as parteiras.
No caso das mulheres, elas se especializavam nos partos – acreditava-se que o parto ocorria corretamente através da reza. Os homens, ou benzedeiros, por sua vez, ficavam responsáveis pela reza e o benzimento, o que acontecia manualmente ou com objetos específicos da escolha de cada um.
No período, por o acesso a consultas e tratamentos médicos ser mais restrito, a população que vivia em situações mais precárias recorria ao benzimento como melhor saída. O processo tem características específicas, como a utilização de rezas, bebidas preparadas com ervas que contêm propriedades medicinais (garrafadas) e velas. A procura pelo atendimento era por motivos diversificados, como a proteção em vários aspectos da vida, como de casas, espírito, crianças e a própria saúde.
A experiência com o benzimento acaba se tornando positiva tanto para o Bento (aquele que benze) quanto para as pessoas ao seu redor, sendo independente de tempo ou espaço para ser praticado. O essencial para um benzimento bem-sucedido é o poder e a intensidade das palavras expressadas pelo especialista, uma vez que é por meio delas que se atinge o físico e o espiritual.
Os conhecimentos necessários para realizar a prática são adquiridos por meio da tradição de troca de experiências. Ou seja, aquele que foi ensinado auxilia na aprendizagem de quem precisa, sem restrições de doutrinas religiosas ou quaisquer outros tipos de crenças.
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Texto: Jorge Scriptori/Colaborador – Edição: Giovane Rocha