Divertem crianças, protegem a casa, fazem companhia para as famílias… Os animais de estimação estão cada vez mais presentes nos lares e o apego acaba sendo inevitável. Por causa desse carinho e dessa ligação muitas pessoas questionam se os bichos reencarnam ou sofrem como nós. No capítulo XI, de O Livro dos Espíritos, Alan Kardec indaga os espíritos sobre essas e outras questões espirituais acerca dos animais e suas relações com o homem. Entenda o que a Doutrina Espírita diz sobre o assunto.
Espiritualidade e evolução
Muitos questionam a espiritualidade dos animais e como ela é desenvolvida. O palestrante Alessandro Viana esclarece: “Na conceituação espírita, somente podemos falar em alma quando esta já atingiu um determinado nível evolutivo, mais precisamente quando conquistou o discernimento e o pensamento contínuo. Naturalmente, há uma ordem lógica de evolução entre cada reino (mineral, vegetal e animal) e a reencarnação dos princípios espirituais é promovida por espíritos elevados que cuidam dessa ocorrência”. O orador comenta que há diferenças entre os animais, como os peixes, que são puramente instinto, cães, gatos e golfinhos, que possuem certa inteligência.
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Alma animal
Na questão 597 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: “Visto que os animais têm uma inteligência que lhes dá uma certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?”. Os mentores respondem: “Sim, e que sobrevive ao corpo”. E seu questionamento continua na pergunta seguinte: “Esse princípio é uma alma semelhante à do homem?”. Os sábios espirituais dizem: “É também uma alma, se quiserdes; isso depende do sentido que se dá a essa palavra; ela, porém, é inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem tanta distância como entre a alma do homem e Deus”.
Lei progressiva
Os animais, assim como nós, estão na Terra para evoluir. A diferença é que os animais precisam passar por muito mais estágios até chegarem à evolução espiritual do homem. Para Alessandro Viana os animais são nossos irmãos inferiores e, por isso, “cabe-nos a tarefa de amá-los e respeitá-los, evitando qualquer forma de crueldade. Notamos que os espíritos elevados também demonstram sua superioridade no trato com os irmãos inferiores da evolução. São Francisco de Assis demonstrava um amor imenso aos animais, às flores e à natureza”.
Livre-arbítrio
A liberdade dos animais está condicionada às necessidades da vida terrena. A questão 595 de O Livro dos Espíritos explica: “Os animais têm o livre-arbítrio de seus atos? Eles não são simples máquinas como acreditais, mas sua liberdade de ação é limitada às suas necessidades e não pode se comparar à do homem. Sendo muito inferiores ao homem, eles não têm os mesmos deveres. Sua liberdade está restrita aos atos da vida material”. Sendo assim, o espírito também não tem livre-arbítrio, então não pode escolher encarnar em um animal antes que em outro.
Consultoria: Alessandro Viana Vieira de Pula, dirigente do Centro Espírita Allan Kardec, de Itapetininga (SP).