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A Doutrina Budista traz diversos ensinamentos para alcançarmos uma vida mais tranquila e sem sofrimento. Veja como Budismo e modernidade se relacionam.
- Foto: iStock e Shutterstock

Budismo e modernidade: como a doutrina lida com a tecnologia e o consumismo?

A Doutrina Budista traz diversos ensinamentos para alcançarmos uma vida mais tranquila e sem sofrimento. Veja como Budismo e modernidade se relacionam.

Existem inúmeras maneiras de você conquistar uma vida mais calma e significativa. Todo mundo tenta, de alguma forma, preencher essa necessidade por meio da fé em algo que lhe desperta conforto. Seja em uma religião, em uma teoria da física quântica, em um sermão de um pastor… Na realidade, o que mais importa aqui não é o meio e, sim, o fim. O objetivo maior é alcançar uma vida com menos sofrimento, o que é uma tarefa e tanto diante do ritmo desenfreado e atroz dos tempos atuais. Procurar compreender os ensinamentos deixados por Buda e colocá-los em prática pode ser um caminho para encontrar um jeito mais saudável de se viver e conseguir entender a relação entre o Budismo e modernidade.

Monge budista meditando e ao lado um celular com a imagem de Buda relacionando budismo e modernidade.

Foto: iStock e Shutterstock

A relação entre a modernidade e a vacuidade

Não há como negar ou tentar fugir – a tecnologia nos traz, a todo instante, informações sobre tudo o que está acontecendo no mundo todo. A menos que você faça votos e siga uma vida monástica, tentar se ‘desconectar’ da vida moderna pode ser muito difícil.
A maioria das pessoas precisa trabalhar, manter a casa, lidar com o chefe, cuidar da família e, em meio a tantas responsabilidades, se perder no mundo de ilusões fica fácil. Mas o Budismo oferece um caminho pelo qual você consegue pausar, relaxar e ficar em silêncio – pelo menos por um tempo. Nos centros budistas, os frequentadores seguem um roteiro pelo qual conseguem mudar as suas vidas pessoais. Quem pratica essa filosofia religiosa, geralmente, possui local e horário exclusivos para ouvir os ensinamentos de Buda, para meditar e compreender como podem transformar as suas rotinas. O objetivo é absorver a realidade por meio da compreensão do que o Budismo chama de vacuidade. De acordo com Padma Dorje, um dos mais respeitados budistas no Brasil, “vacuidade não quer dizer literalmente vazio. Significa que uma coisa não é independente – ela está sempre interligada a todas as outras coisas”, explica, e ainda completa dizendo que “desapego não é largar as coisas, é largar a atitude boba de achar que elas trazem felicidade verdadeira”.

Consumismo x Budismo

Para muitas pessoas é quase inevitável comprar coisas das quais ela não precisa de verdade. E, em grande parte dos casos, a compra acontece de forma inconsciente. Como se a pessoa estivesse no automático e consumir produtos fosse o que mais lhe desse prazer. Claro que é bom poder comprar o que deseja e ter uma vida confortável. Mas esse prazer é ilusório e o Budismo alerta para o perigo que existe quando se vive em uma sociedade baseada na cultura de desejos.
Para Padma Dorje, ter equilíbrio e saber o real valor de tudo o que nos rodeia é essencial para não cair na armadilha do consumismo selvagem. “Não é necessário abandonar nada, apenas a visão enganosa de que as coisas produzem satisfação verdadeira. Pode-se reconhecer isso refletindo sobre a própria morte, a morte de todos os seres, o fim de todas as coisas naturais – enfim, refletindo sobre a impermanência. O melhor não é, por exemplo, não ter um carro bonito e caro. O melhor é ter esse carro e ser capaz de, ao vê-lo arranhado ou roubado, lembrar o que sempre foi óbvio: o carro era impermanente, a pintura era impermanente. Se a pessoa não fica chateada, quando as coisas impermanentes manifestam a sua impermanência, isso significa que ela tem desapego”, afirma o mestre, que ainda acrescenta: “Isso também não significa que a pessoa não faz um boletim de ocorrência quando o carro é roubado: apenas que há muita diferença entre uma pessoa esclarecida e que não se desespera e não sofre, ou sofre menos com uma coisa dessas e, uma pessoa que leva semanas para se recuperar. Em todo caso, é melhor sofrer menos. E como se sofre menos? Entendendo como as coisas funcionam. Se a pessoa é totalmente lúcida e entende perfeitamente como são as coisas, ela não se desespera por absolutamente nada. Talvez isso seja um sentido de paz, mas é o mesmo sentido de desapego”.

As práticas budistas no dia a dia

Buda, durante os anos em que passou ensinando, sempre enfatizava a importância de se compreender sobre a impermanência das coisas. Por determinado ponto de vista, essa compreensão pode ir de encontro ao que qualquer ser humano busca no seu cotidiano, que é estabilidade. Seja financeira, emocional ou familiar, ser estável na sociedade moderna significa estar seguro, pelo menos de alguma forma. Essa é uma grande ilusão advertida pelo Budismo.
Para o discípulo da Monja Coen, Tenryu Daiko, entender que tudo é frágil e instável é uma maneira do Budismo introduzir um cotidiano mais tranquilo na vida das pessoas. “A ideia de impermanência, de que não existe nada fixo, liberta-nos de apegos e aversões e a compreensão da interdependência e interconectividade de todas as existências nos transforma em seres mais compassivos e sábios. Diante de inúmeros estímulos e exigências da vida moderna, a concentração conquistada na meditação promove tranquilidade, foco e bem-estar, melhorando a vida de maneira integral, desde o equilíbrio dos processos cardiorespiratórios até o nível da convivência e dos relacionamentos sociais”, esclarece o discípulo.
Para Tenryu, perceber a vida em sua essência é primordial para evoluirmos espiritualmente e colaborar com um mundo mais sensível e justo. “É importante despertar para a importância de estarmos vivos. Ao perceber o milagre da existência, surge uma tendência natural de fazer o melhor a cada instante, seja conversando com alguém, passeando com o cachorro, dobrando um guardanapo, arrumando objetos em silêncio e com atenção, fazendo reuniões, tomando decisões difíceis. Ao entrarmos em contato com a essência da vida, da qual jamais nos separamos, a ética e a solidariedade são naturalmente desenvolvidas”, conclui.

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Texto: Deborah Mattos | Edição: Thomás Garcia/Colaborador | Design: Gabriel Andrade/Colaborador

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