Mateus Solano está em ‘Liberdade, Liberdade‘ como Rubião, um personagem que tem dividido a opinião do público. Inicialmente torturado em uma cena que fica totalmente nu e repercutiu nas redes sociais, Rubião agora começa a viver um romance com Joaquina, mas teve cenas de paixão com Anita.
O ator global conversou com Alto Astral e contou algumas dificuldades de gravação, como o calor, e também sobre o que teve que fazer para viver o homem do século XVIII. Além disso, Mateus Solano falou sobre as lembranças de Félix (‘Amor à Vida’) e do futuro na ‘Escolinha do Professor Raimundo’. Confira o papo:
Fale um pouco do seu personagem em “Liberdade, Liberdade”?
“Meu personagem se chama José Maria Rubião, um personagem fictício. Na primeira fase ele está ajudando a financiar a Inconfidência. E na segunda fase, ele é o intendente da cidade. Um cara muito mal, inescrupuloso e tal. Um politico daqueles! Ele é um cara oportunista mesmo. Ele vê oportunidade na inconfidência e faz parte. Quando isso acaba, ele vê oportunidade em outra coisa. Não que ele vire a casaca. Ele sempre esteve do lado dele. Costumo dizer que ele nunca virou a casaca. Ele continua no mesmo time: ‘que é o dele e o que é melhor para ele’. Então é um cara que não tem muito escrúpulo para passar por cima das coisas. Como vocês viram no clipe, ele delatou o Tiradentes (Thiago Lacerda) sob tortura. Sem querer defendê-lo, mas já defendendo (risos). A tortura é um método muito covarde de você conseguir qualquer verdade ou até uma verdade que você quer. Mas tirando isso, ele é mal mesmo. Ele delata o pai (Tiradentes) e mata a mãe (Dona Antônia) de Joaquina (Andreia Horta). E se apaixona por ela lá na frente. Isso tudo sem ela saber. Já temos uma novela (risos).”
Você ficou um tempo fora da telinha. Por que ‘Liberdade, Liberdade’?
“A questão histórica de falar sobre o momento do Brasil daquela década, e nesse momento do Brasil, foi uma coisa que pesou para todos os atores. Quem não gostaria de fazer uma novela que trata desse período, desse momento. Fora isso, novela de época, como um todo é uma beleza. É o figurino, é aquele cenário. É tudo que eu adoro. O calor também (risos). Eu acho que são esses elementos que os atores adoram para compor os seus personagens. O cenário e o figurino já fazem metade do trabalho pra gente. Está tudo muito lindo.”
Você comentou do calor. Pagam-se alguns preços para fazer uma trama de época, né?
“Pagam alguns preços. Tem o calor. Caí do cavalo e machuquei o braço. Estou usando uma tala. Mas eu tiro para gravar.”
As atrizes também falaram da dificuldade com o figurino. O que você teve de dificuldade?
“Existem várias dificuldades. Como eu estava dizendo, por ser uma novela de ação, a gente está sempre se machucando. O calor é extremamente esfuziante na cidade cenográfica. Meu personagem usa uma camisa de manga cumprida, um colete, mais um casaco que vai até ao meu pé, de veludo. Mas isso aconteceu. Todos eles suavam, caíam de cavalo, todos eles se machucavam. A gente usa tudo para o trabalho.”
Você fez alguma aula em especial para compor o personagem?
“Fiz aulas de esgrima. E cada arma disparava um tiro e você jogava ela fora. Naquela época, era um tiro só. Um tiro e pegava outra. Acabavam as armas e você sacava a espada. Tudo isso foram coisas que a gente foi aprendendo: como atirar, como botar pólvora entro da arma. Aprendemos milhões de coisas.”
Você se inspira na politica atual para compor o personagem?
“Isso já vem de tanto tempo… Só que agora a merda foi para o ventilador. Mas o negócio está fedendo há muito tempo.”
Você chegou a emagrecer para esse trabalho?
“Eu já estava magro. Eu fiz exercício só para ganhar um pouco de ombro. A gente achou que ele tinha o tórax mais largo que o meu. Fiz musculação em casa. E a preparação foi intensa. Agora parei um pouquinho”
Você postou uma foto em uma rede social com o shape perfeito. Como foi a preparação para ficar com o corpo todo definido?
“Eu conversei com o diretor e notamos que o personagem seria mais largo do que eu. Mais ombro e tal. Por isso eu corri atrás desse ombro e tivemos essas aulas de esgrima, de boxe e de equitação. Pauleira! Estamos obtendo o resultado sim. A novela ainda tem alguns meses. A gente continua na luta. O trabalho mal começou.”
Você está preparado para o assedio?
“Quem vai me assediar ainda hoje gente? Perdeu o bonde. Eu sou muito bem casado. E todo mundo sabe. Não existe isso. Muita gente fala: ‘ui, que maravilha! Desculpa a Paulinha (risos)’. Ela também nas redes sociais é muito simpática. Eu acho que tem uma relação de amor com o público muito respeitosa nesse sentido.”
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E a cena de nudez?
“Fiz da melhor forma possível. Ser for para contar uma linda história, eu vou mostrar até o meu útero (risos).”
Seu bumbum aparece bem em cena. Está preparado para a repercussão?
“Que repercussão? A bundinha do Mateus Solano. Com o mundo do jeito que está, o Brasil do jeito que está, quem vai dar atenção para a minha bunda? Que bobagem. A repercussão está sendo divertida.”
Você tem feito grandes papeis na tevê. Você imaginava isso lá atrás?
“Não! Da mesma forma que não imaginava a repercussão do Félix.”
José Maria Rubião vai ter humor, assim como o Félix?
“Pra mim, todo ser humano tem humor. Mas o Rubião tem escondido, e eu ainda estou descobrindo. Novela tem disso. Com o Félix foi a mesma coisa. Quando vai ao ar que a gente começa a mexer. Para responder a sua pergunta, o humor do Rubião é a última coisa que eu estou pensando agora. Mas vou pensar nisso.”
Você vem de personagens que as pessoas amam ou odeiam. Esse personagem você acha o quê?
“Não sei, não sei mesmo. E é uma coisa que a gente não se prepara. Nem pensa nisso quando está fazendo o trabalho. A gente tenta tirar o máximo de humanidade daquele personagem. Fazer o melhor trabalho possível. Eu já fiz um vilão no teatro infantil e fui vaiado. E a principio eu estranhei aquilo. Mas imediatamente eu entendi que aquilo era uma ovação para mim. Eu fiz o meu trabalho. Não tenho problema de ser amado ou odiado.”
Você interpretou o Zé Bonitinho em ‘Escolinha do Professor Raimundo’, e o inesquecível Félix de ‘Amor à vida’. Como foi essa volta?
“Depois do Félix, eu fiz o Zé Bonitinho. E foi muito bom fazer uma coisa diferente de um personagem e outro. Vou participar da segunda temporada da ‘Escolinha’. Assim que terminar a novela, vou gravar. Deve ser lá para agosto.”
Você se surpreendeu com o trabalho da Escolinha? Você esperava esse sucesso?
“Olha, eu fiquei muito feliz porque na hora da gravação. A gente sentiu uma coisa tão especial. A gente queria que metade disso passasse para o público. E essa resposta do público foi maravilhosa. O elenco virou uma turminha mesmo de primário. Temos grupo no WhatsApp e tudo mais.”
O Félix começou mal e depois houve uma redenção do personagem. Aqui acontece a mesma coisa?
“Os homens maus também se apaixonam e também sofrem decepções amorosas. Não faço ideia da aceitação do público em relação ao personagem. É uma porta realmente aberta. Não sei como o autor irá conduzir isso. O Félix tinha muito humor. Então, eu sabia que uma parcela do público iria gostar muito. E, acabou sendo quase uma unanimidade. Não estava preparado para isso também. Preparado eu não estou para nada.”
Você está preparado para ser o queridinho da publicidade?
“Fiz 4 propagandas direto. Passei 2 anos sem fazer nada (risos). Fico muito feliz com o carinho do público e a resposta do meu trabalho. Eu acho que isso é uma resposta comercial.”
Você se incomoda sempre com a comparação com o Félix?
“Eu imagino que as pessoas que viveram o Félix não vão esquecê-lo. Mesmo eu fazendo 10, 20 personagens. Não tem a ver com: ‘agora eu vou apagar o Félix para vir o novo personagem’. É claro que no inicio vão falar. Vão comparar. Tem muito da expectativa do público, né? Ás vezes eu dou pinta e falam que é do Félix. Não! A pinta é minha (risos).”
Como você recebe as críticas em relação ao seu trabalho e algumas notas maldosas?
“Eu não recebo! Eu acho que tantos os elogios quanto as críticas, a gente tem que olhar. Mas eu acho que tem um certo jornalismo, entre aspas, que só quer um clique. A internet hoje em dia é terra de ninguém. Se todo mundo é juiz não dá para levar muito a sério esse julgamento.”
O que tira você do sério?
“Desrespeito a criança. Me tira muito do sério!”
Entrevista: André Luis Romano/Colaborador