Depois de um bom tempo longe dos holofotes, a atriz Winona Ryder voltou com tudo na série “Stranger Things”, da Netflix. Sua personagem, Joyce Byers, é uma funcionária de loja e mãe, cujo filho some misteriosamente. Em entrevista para a revista New York Magazine, Winona desabafou e disse que está cansada de sempre subestimarem as mulheres por serem sensíveis e vulneráveis.
Reprodução/Netflix
“Há uma cena em ‘Stranger Things’ onde alguém diz: “Ela teve problemas de ansiedade no passado. Muitas pessoas entenderam isso como ‘Você sabe, ela é louca’. Pensei: ‘Ok, espera um segundo, ela está lutando’. Duas crianças, pai ausente, trabalhando muito. Quem não seria ansiosa?”, conta. Na série, somente Joyce acredita que seu filho Will está vivo, enquanto o restante da cidade desconfia e acredita que o garoto morreu.
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Durante a entrevista, ela também fez um paralelo entre seu papel e as mães da vida real. “Eu sinto como se ela [a personagem] fosse uma dessas pessoas que têm sonhos. Mas ela tem filhos. E isso me faz pensar em todas as mulheres que eu conheço que têm filhos, e quando elas falam sobre [qualquer coisa negativa sobre ser mãe], elas sempre dizem ‘Mas eu amo meus filhos, eu não trocaria eles por nada no mundo’. Elas se sentem culpadas por ao menos pensar que poderiam querer algo além das crianças. Isso é uma coisa estranha”, disse.
Norman Jean Roy/NY Magazine
Ela também contou que foi muito questionada por viver o papel de uma mãe na série e não ter filhos. “Eu sei que nada pode se comparar, e eu não tive a experiência [de ser mãe], mas quando minha sobrinha nasceu, eu senti que pularia na frente de um carro e morreria por essa pequena pessoa que eu mal conhecia”, comentou.
No passado, Winona sofreu de depressão e ansiedade e foi muito julgada quando revelou isso na época. “Eu estou tão cansada de subestimarem as mulheres por serem sensíveis ou vulneráveis. É tão bizarro para mim. Lembro que fiz uma entrevista com Diane Sawyer e falei sobre minhas experiências com ansiedade e depressão, e acho que, fazendo isso, ficou essa imagem de ‘louca’. Recentemente percebi que é literalmente impossível tentar mudar essa história”, desabafou.
Norman Jean Roy/NY Magazine
A atriz completou que, ao falar sobre seus problemas com ansiedade e depressão, chegou a ajudar muitas mulheres na época.”Eu tive mulheres vindo a mim e dizendo ‘isso significou tanto para mim’. É muito importante quando você percebe que alguém estava passando por uma época difícil e se sentindo envergonhada e tentando esconder a coisa toda, a parte sensível e frágil. Eu tenho essas qualidades, e não acho que há qualquer coisa errada com elas”.