Durante essa madrugada (31.03), o jornal Folha de S. Paulo publicou no blog #AgoraÉQueSãoElas o relato a figurinista Susllem Meneguzzi Tonani, de 28 anos, que diz ter sofrido assédio e abuso sexual do ator José Mayer. A jovem – que assina a coluna como Su Tonani – é assistente de figurino na novela A Lei do Amor, da TV Globo.
Em seu depoimento, ela descreve detalhadamente como teria passado oito meses sofrendo com o assédio por parte do ator José Mayer. “A primeira ‘brincadeira’ de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: ‘como você é bonita’. […] Logo eu estava ouvindo: ‘como a sua cintura é fina’, ‘fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho’, ‘você nunca vai dar para mim?’ – escreveu Susllem.
A figurinista contou que o assédio passou a ser físico no mês passado (fevereiro), quando o ator a tocou sem o consentimento dela. “[…] Dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, ele colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar eu meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua ‘piada’.”
Susllem afirma ter ligado para a ouvidoria, contatado o departamento dos atores e procurado o RH – que se prontificou a ajudar imediatamente -, mas continua duvidando da eficácia das medidas que supostamente serão tomadas. “Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo.[…] A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como?” – desabafou.
Durante o relato, ela ainda se arrepende e diz sentir uma “culpa enorme” por não ter feito a denúncia de assédio contra José Mayer antes e tomado medidas mais sérias. Para encerrar, Su ainda mostra preocupação com a possibilidade do assunto virar fofoca: “Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que, como ele, homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo”.
Horas depois, a Folha de São Paulo tirou o conteúdo do ar, alegando que o texto vai contra o projeto jornalístico do veículo. “O post foi retirado do ar porque desrespeitou o princípio editorial da Folha de só publicar acusação após ouvir e registrar os argumentos da parte acusada. Tão logo esse defeito seja sanado, o texto voltará ao ar, com o devido espaço para o contraditório”, publicou o jornal em nota.
Questionada sobre o caso, a TV Globo não quis se pronunciar. A emissora divulgou a seguinte nota: “As relações entre funcionários e colaboradores da Globo se dão em um ambiente de harmonia e colaboração, de acordo com o Código de Ética e Conduta do Grupo Globo. O desrespeito no ambiente de trabalho não é tolerado pela emissora. A Globo não comenta assuntos internos”.
LEIA TAMBÉM:
- Victor Chaves é chamado para depor na Delegacia da Mulher de BH
- A Força do Querer: conheça os personagens da nova novela das 21h
- Senhora do Destino: a Nazaré Tedesco de cada signo