Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número de pessoas idosas vem aumentando a cada ano. Entre 2005 e 2015, a proporção de idosos de 60 anos ou mais, na população do país, passou de 9,8% para 14,3%. Um dos fatores que impulsionam essa progressão é o aumento da expectativa de vida da população, possibilitada principalmente pelo avanço das pesquisas em saúde, que proporcionaram, por exemplo, a propagação das vacinas para idosos. Nos últimos 10 anos, o Brasil ganhou 8,5 milhões de cidadãos acima dos 60 anos. Essa parcela da população deve chegar a 38 milhões em 2027.
O envelhecimento populacional é um fenômeno global e está associado ao aumento da expectativa de vida das pessoas que, por sua vez, está ligado a fatores relacionados aos maiores cuidados com a saúde possíveis no dia de hoje. “Se por um lado temos mais tratamentos disponíveis para tratar e curar doenças, por outro temos que pensar em sua prevenção”, diz o presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Geraldo Barbosa. “A população idosa deve ter em mente que pode evitar muitas doenças – que podem inclusive ser fatais – por meio da vacinação”.
Vacinas para idosos
Os maiores de 60 anos fazem parte do grupo de risco aumentado para as complicações e óbitos por influenza, a conhecida gripe, uma infecção que pode ter suas complicações evitadas com a vacina. Existem disponíveis hoje as vacinas 3V e 4V, essa última, apenas na rede privada, e que confere maior cobertura das cepas circulantes.
Outras vacinas indicadas são a Pneumocócicas (VPC13) e (VPP23), que protegem contra as infecções causadas pelo Streptococcus pneumoniae (“pneumococo”). Esta bactéria é causa comum de infecções respiratórias (otite, sinusite, pneumonia), e também pode ocasionar infecções generalizadas (meningite, sepse). “Além disso, diminui a transmissão de uma pessoa para outra, o que é especialmente importante em asilos locais de aglomeração como casa para idosos, por exemplo”, explica Barbosa.
Há também a vacina contra a Herpes Zoster que é recomendada já a partir dos 50 anos de idade, uma vez que o risco da doença é maior nessa faixa etária. Outra vacina que faz parte do calendário indicado para adultos e que deve ter seu reforços aplicado na melhor idade é a Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto. “A – dTpa, ou dTpa-VIP protege contra difteria, tétano e coqueluche e deve ser reforçada a cada dez anos”, diz Barbosa.
Na população com mais de 60 anos é incomum encontrar indivíduos suscetíveis ao sarampo, caxumba e rubéola nem aos tipos de Hepatite A e B. “Para esse grupo, portanto, a vacinação não é rotineira, como indicam os calendários da Sociedade Brasileira de Imunização”, explica o presidente da ABCVAC. “Porém, a critério médico, como em situações de surtos, viagens, entre outros, pode ser recomendada.”
Texto: Redação Alto Astral | Cosnultoria: Geraldo Barbosa, presidente da Associação Brasileira de Clínicas de Vacina
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