Muita gente nunca ouviu falar, mas ele existe. O câncer na tireoide atinge, em maioria, pessoas que possuem o histórico da doença na família e que estiveram expostas a algum tipo de energia radioativa na área do pescoço. “Pessoas que tenham passado por irradiação na região do pescoço ou tenham histórico familiar para a doença são mais vulneráveis ao problema. Mas o fato de não possuir os dois agravantes citados não impede a manifestação da doença”, ressalta o oncologista Bruno Fuser.
Apesar de o câncer ser uma doença muito preocupante, existe uma notícia boa no caso da tireoide: as chances de cura são muito altas. Por isso, é sempre importante detectá-lo no início, por meio de consultas médicas regulares, (exames clínicos, que consistem em uma ultrassonografia na região do pescoço) e toques na região da glândula em busca de possíveis nódulos. O câncer detectado em estágios iniciais é curado em mais de 70% dos casos. O problema é que, geralmente, quando a doença dá algum sinal, já pode estar em um estágio avançado, mas há exceções. Saiba mais a seguir!
Encontrei um nódulo. E agora?
A situação é preocupante, mas nada de entrar em pânico, já que nem todos os nódulos encontrados na região do pescoço podem significar o aparecimento da doença. Os gânglios linfáticos, por exemplo, podem inchar por uma série de motivos, dentre eles, reações fisiológicas relacionadas à imunidade, estresse e demais patologias. “O tumor na tireoide pode ser percebido pelo toque.
Apesar de 10% da população adulta possuir algum nódulo na tireoide, 90% desses nódulos são benignos. É importante que, ao perceber um nódulo no local ou rouquidão, a pessoa busque ajuda médica, já que um especialista poderá investigar a malignidade desse nódulo”, aconselha Fuser. A regra é clara: qualquer protuberância na região do pescoço deve ser investigada. E nada de adiar a visita! A consulta com o médico deve ser marcada o mais rápido possível, para que o tratamento surta o efeito necessário e as consequências sejam as menores possíveis.
Encarando o bisturi
Principalmente quando o diagnóstico da doença é tardio, a cirurgia pode ser o único caminho para a obtenção da cura. O tratamento chama-se tireoidectomia total, que significa a retirada completa da glândula tireoide, tal como dos demais gânglios afetados pelas células cancerígenas. Entretanto, alternativas podem ser adotadas, como a radioterapia. Após a cirurgia, reposições hormonais deverão ser feitas, a fim de que nenhuma função fisiológica seja prejudicada por conta da retirada da glândula.
Vida pós-tratamento
Para todo tipo de câncer, a receita para seguir após a cura é a mesma: policiamento e visitas frequentes ao médico, tal como seguir à risca todas as recomendações do especialista. Felizmente, o câncer de tireoide possui altos índices de cura e, por isso, o tratamento tende a ser eficaz na maioria dos casos. “Há tipos diferentes de cânceres de tireoide e, entre eles, graus variados de risco de recidiva ou metástase. O mais comum deles é o menos agressivo e, como todo câncer, os pacientes deverão ser acompanhados por bastante tempo”, salienta o endocrinologista Fabiano Sandrini.
Normalmente, as visitas ao consultório deverão ocorrer entre cursos intervalos (de três a seis meses). Dependendo do caso, o especialista responsável pelo tratamento poderá tanto solicitar exames mais detalhados (como biópsias) ou mais comuns, que se resumem em ultrassonografias e coletas sanguíneas. Tudo isso vai depender de inúmeros fatores, tais como o quadro evolutivo do paciente e seus hábitos de vida.
E, falando nisso, este é um ponto que deve ser observado fortemente: durante e após o tratamento do câncer, a alimentação e demais atividades recomendadas pelo médico devem ser levadas muito a sério. O corpo, que nada mais é do que uma máquina pra lá de complexa, necessita de muito cuidado para funcionar corretamente. Por isso, quando algum mal o atinge, a cautela deve ser triplicada.
Consultoria Bruno Fuser, oncologista; Fabiano Sandrini, endocrinologista
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