Apesar de tristeza e depressão estarem relacionadas, é imprescindível saber diferenciá-las, pois são quadros bastante distintos. “Tristeza é uma emoção, enquanto depressão é uma doença”, resume o psiquiatra geriátrico Ken Robbins, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, em artigo no portal Caring.com. E, mais importante ainda, é saber reconhecer os sintomas do distúrbio, uma tarefa nem sempre fácil.
O psiquiatra Alfredo Simonetti explica que a tristeza é o sintoma principal do quadro. “Nos casos mais avançados, é uma ‘tristeza que chega a doer’, que vem acompanhada de angústia, de desesperança, de falta de energia, de desânimo, lentificação cognitiva e dificuldades de memória”, completa.
A tristeza é, de fato, o sinal mais evidente. No entanto, geralmente está acompanhada de outros comportamentos específicos. “Há muitos sintomas que envolvem o diagnóstico da depressão e a experiência de cada um pode variar. Se esses sintomas persistirem por mais de duas semanas ou se tornarem muito frequentes, é bom acender o alerta”, ressalta a psicóloga Monica Pessanha.
Olhar importante
Em muitos casos, a pessoa com depressão tem dificuldade em identificar os sintomas ou evita falar sobre o problema. Por isso, a família e os amigos costumam ter um papel fundamental tanto para reconhecer os sinais da doença quanto no tratamento. “É essencial que todos fiquem atentos, para que possam levar o paciente ao médico antes que piore demais seu quadro. Eles ajudam de diversas maneiras: a levar o paciente até o médico, a manter a medicação em dia sob vigilância no início e também a dar o carinho que precisam neste momento. Uma ajuda com amor é sempre um grande diferencial”, reitera a psiquiatra Sofia Bauer.
Para que o auxílio seja positivo, a psicóloga Monica Pessanha reforça que a família não deve jamais forçar a pessoa a fazer nada ou evitar críticas. “Procurar entender a depressão por meio de busca de informação sobre o assunto é uma boa maneira de evitar as críticas porque você entenderá melhor o que a pessoa está passando”.
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Consultorias: Alfredo Simonetti, psiquiatra e professor titular de Psicologia Médica do curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo; Sofia Bauer, psiquiatra com título de especialista pela ABP e em Psicologia Positiva com Tal Ben-Shahar, e autora do livro O salto do coração – a cura por meio do amor em um salto quântico (Wak Editora); Monica Pessanha, psicóloga.
Texto: Thiago Koguchi – Entrevistas: Victor Santos e Giovane Rocha/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador