Depressão pós-parto: quando o nascimento do bebê não é motivo de alegria

Parecida com a depressão comum, a depressão pós-parto impede a criação de vínculos afetivos entre mãe e filho. Veja como diagnosticar e tratar o distúrbio

- Tristeza, apatia e baixa autoestima são alguns sintomas da depressão pós-parto (Foto: Shutterstock)

O nascimento do bebê traz muitas mudanças na vida da mamãe: o pequeno, que antes estava protegido dentro da barriga, começa a exigir cuidados integrais, alterando a rotina de toda a família. Tanta novidade pode trazer um transtorno comum às mulheres: a depressão pós-parto. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% das gestantes e 13% das mulheres que acabaram de dar à luz apresentam algum tipo de distúrbio mental – principalmente depressão. Especialistas ajudam você a entender melhor esse período conturbado na vida da mãe.

Muitas mudanças

“Além de ser marcado por uma alteração hormonal, o pós-parto é também uma mudança no estilo de vida. Existem mães que entendem a gravidez não como um ganho, mas como uma perda de beleza, espaço, convívio social e relações no trabalho, entre outros motivos. Isso pode desenvolver um quadro depressivo grave que vai fazer com que surja um sentimento de rejeição, algo que está além do quadro hormonal e implica em como ela vai lidar com esse novo ser em sua vida”, esclarece Ivan Morão, psiquiatra do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Itaim. Não há comprovação científica, porém, de que mulheres com diagnóstico de depressão pós-parto geralmente têm rotinas estressantes, quadros de ansiedade, relacionamento conjugal instável, dificuldades no relacionamento com o pai da criança, ausência de apoio familiar, gestação indesejada, quadros passados de depressão, dificuldades financeiras, entre outros quadros. “A pessoa pode apresentar sintomas até mesmo durante a gravidez, ou a depressão pode surgir duas a três semanas após o parto”, acrescenta o psiquiatra.

E o bebê, como fica?

Para o bebê que acabou de nascer, é importante ter uma relação íntima e calorosa com a mãe. “A interação é essencial para o recém-nascido, já que a mãe é a intermediadora dele com o mundo. Uma vez privada desse vínculo afetivo e cuidados amorosos, a criança sente e sofre”, afirma Adriana Fregonese, psicóloga e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Já Morão explica que o risco de agressão ao bebê é muito baixo, e que o maior problema está no próprio desinteresse e rejeição da mãe, atitude que influencia no desenvolvimento da criança.

Como curar a depressão pós-parto?

Os sintomas da depressão pós-parto são os mesmos da depressão: variação de humor para o polo negativo, tristeza, apatia, desinteresse, fraqueza, diminuição do apetite, sono perturbado, irritação e baixa autoestima. E ainda há o agravante de incompatibilidade com o bebê. O tratamento irá depender do grau de intensidade da doença. Se a mamãe tiver alterações sutis que contrastam com momentos de felicidade, os especialistas indicam esperar duas semanas até fechar o diagnóstico. Entretanto, se o quadro for grave, é necessário procurar tratamento imediato, que envolve “uma combinação de abordagens entre a psicoterapia e psicofármaco. O medicamento pode mexer na questão da alteração bioquímica, mas tem questões, como a relação entre a mãe e a criança, que o medicamento não vai resolver”, explica Morão.

 

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