Um dos tratamentos medicamentosos para o diagnóstico de pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) no Brasil é a partir do uso de Ritalina, medicação que tem como objetivo melhorar o foco e concentração de seus usuários. No entanto, muito se fala sobre as mudanças de comportamento que podem aparecer durante o tratamento, principalmente em crianças, o chamado “efeito zumbi”.
De acordo com o neuropsicólogo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Clay Brites, o efeito ocorre com pouca frequência. “Somente em 1% dos casos a Ritalina pode causar ‘efeito zumbi’, sedar ou gerar sonolência. Nestes casos, modifica-se ou suspende-se a dose. O normal é a criança ficar mais esperta, se engajar em atividades de seu cotidiano, enfim, retomar o que foi retirado dela pelo transtorno”, defende.
O especialista aponta, ainda, que os efeitos colaterais do remédio são significativos apenas durante o primeiro mês de uso e que “talvez aconteça a perda de apetite, dor de cabeça, boca seca, alteração no sono e irritabilidade. Após este período, tudo tende a se estabilizar”. Marília Gurgel de Castro, psicóloga especialista em saúde da família, aponta que os benefícios da medicação consistem na “melhora da memória de trabalho espacial, da capacidade de planejar, da atenção difusa e focada, da impulsividade relacional e da hiperatividade”.
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Texto: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Entrevista: Carolina Firmino – Edição: Augusto Biason /Colaborador
Consultoria: Clay Brites, professor do curso de pós-graduação de Neuropsicologia Aplicada à Neurologia Infantil e pesquisador do Laboratório de Dificuldades e Distúrbios da Aprendizagem e Transtornos de Atenção (Disapre), na UNICAMP, em Campinas (SP); Marília Gurgel de Castro, psicóloga especialista em Saúde da Família e Psicologia do Desenvolvimento.