É na infância que o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é mais facilmente notado, uma vez que o transtorno é uma verdadeira barreira para o aprendizado. Afinal, se a pessoa não consegue se concentrar em nada, como vai aprender? No entanto, depois da adolescência os sintomas de inquietude ou hiperatividade costumam ser atenuados, prevalecendo a falta de atenção. Por isso, é comum a ideia de que o TDAH em adultos é uma “doença inventada”. De fato, é normal para qualquer ser humano ter momentos de distração ou cometer algum esquecimento imperdoável, assim como algumas pessoas são mais agitadas e outras mais tranquilas. O problema é quando esses comportamentos começam a se tornar obstáculos sérios à vida prática e ao relacionamento social do indivíduo. Quando os lapsos de memória ou a impulsividade passam a interferir nas relações, nos estudos ou na vida profissional, é o ponto de partida para uma investigação se a pessoa possui ou não TDAH, que pode estar presente em 4% dos adultos, conforme alguns estudos.
Ele dá sinais
É quase impossível que o TDAH seja desenvolvido já na idade adulta: o problema começa na infância (em geral a partir dos 7
anos de idade) e acompanha a pessoa. No entanto, em alguns casos, não é notado até que os prejuízos sejam muito grandes, como a perda de um emprego ou a dificuldade contínua de se relacionar amorosamente. Alguns sintomas podem ser indicativos de que o transtorno está presente, veja quais são os principais:
- Dificuldade frequente para manter a atenção em tarefas comuns do dia a dia.
- Em várias situações, parece não ouvir o que as pessoas falam, dando a impressão de estar no “mundo da lua”.
- Não consegue organizar suas atividades, sempre está atrasado ou se esquece de algo essencial para realizar alguma tarefa
(agendas, relatórios, livros, etc.). - Está sempre irrequieto, sem paciência.
- Perde o foco no que está fazendo o tempo todo, por qualquer estímulo externo.
- Sempre necessita de um “empurrão” para começar algo.
- Nunca consegue terminar um trabalho a contento, pois perde o interesse no que faz muito rapidamente.
- Tem problemas sérios de memorização, seja de datas ou mesmo de coisas mais simples, como ir ao supermercado e não
se lembrar do que iria comprar, ou uma tarefa doméstica que deveria realizar.
Mas é bom frisar que esses sintomas devem ser associados à possibilidade de TDAH apenas se forem realmente muito frequentes.
Ajuda necessária
Embora seja comum pensar que as consequências do TDAH em adultos sejam contornáveis, deixar de procurar ajuda especializada para lidar com o problema pode ser bastante prejudicial. Não é muito fácil se relacionar emocionalmente com uma pessoa que a todo momento se distrai, esquece horários e age impulsivamente. Assim, para quem tem o transtorno, manter uma relação amorosa pode ser uma fonte de muitos problemas. Mas é no trabalho que acontecem os maiores danos,
quando as imperfeições e inconsistências de tarefas mal executadas se tornam visíveis. Além disso, distrair-se no trânsito, algo comum para quem tem TDAH, é sempre um grande perigo.
Como se tratar?
Antes de tudo é preciso ter em mente que esse e outros problemas de ordem psíquica só podem ser diagnosticados e tratados por um neurologista, psiquiatra ou psicólogo. Apesar dos sintomas serem parecidos em todas as pessoas com TDAH, cada caso tem suas peculiaridades. Em geral, recomenda-se uma combinação de psicoterapia e medicamentos. Há uma grande controvérsia em relação ao uso de remédios, mas quando tomados com acompanhamento médico, eles podem trazer
benefícios, com riscos mínimos e resultados mais promissores.
Texto: Redação Alto Astral | Fonte: livro No Mundo da Lua (editora Paulo Mattos), Associação Brasileira de Déficit de Atenção (www.abdatdah.org) e Associação Brasileira de Psiquatria (www.abpcomunidade.org.br)
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