- Nos últimos anos, a situação dos transgêneros no Brasil está sendo mais discutida. Porém, muito ainda precisa ser feito (FOTO: Shutterstock Images)
Transgêneros falam sobre preconceitos e o processo de transição
Apesar da violência diária fora de casa, transgêneros também enfrentam dificuldades dentro da própria família e amigos. Descubra a experiência de três trans
De acordo com um levantamento realizado peloGrupo Gay da Bahia (GGB), somente em 2016, 347 LGBTs foram mortos violentamente no Brasil. Para contabilizar o número, pesquisadores analisaram notícias publicadas em veículos de imprensa. Anualmente, o GGB analisa os dados para conhecer melhor a situação de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais no país. Até maio de 2017, 117 indivíduos desse grupo haviam sido assassinados devido à discriminação em relação à orientação sexual.
Apesar da grande violência, pouco se conhece sobre o processo de tratamento hormonal ou os procedimentos cirúrgicos realizados para feminização ou masculinização do rosto e do corpo, bem como a cirurgia de redesignação sexual, em que os órgãos sexuais são alterados. Por isso, apresentamos três depoimentos de pessoas que passaram pelo processo e as dificuldades que enfrentaram:
“Devido à delicadeza da situação, comecei a contar primeiro para as meninas, que foram extremamente acolhedoras. Depois, passei a informar os amigos homens, ambiente que também tive um bom acolhimento, porém, alguns se sentiram incomodados e ofendidos por eu estar “jogando fora a dádiva da masculinidade”. No trabalho, também não tive grandes problemas. Por último contei para minha família. Minha irmã fez a maior festa e ainda disse que eu tinha que ensinar dicas de maquiagem para ela. Meu irmão também disse que a minha mudança não ia impactar em nada. Já minha mãe entrou em parafuso e não ficou bem por oito meses, me tratando até com indiferença. Precisou uma força tarefa de familiares do meu irmão, mas ela parece ter entendido o processo pelo qual estou passando e agora está bem comigo”, Alexia Vitória de Oliveira, 42 anos, mulher trans, bibliotecária (FOTO: iStock/Getty Images)
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“A informação disponível em redes sociais e na internet me ajudou a entender que não sou único no mundo a ter esse sentimento de inconformidade com o gênero de nascimento e também a explorar caminhos para a minha transição. Se a sociedade fosse mais aberta para o debate com relação à diversidade de identidades de gênero e orientações sexuais existentes, travestis e transexuais poderiam frequentar a escola, universidade, acessar o mercado de trabalho formal, a saúde e todas as instituições sociais sem sofrerem com a falta de respeito ao seu nome social, identidade de gênero, violências físicas e psicológicas”, Luiz Fernando Uchoa, homem trans, 33 anos, jornalista e escritor (FOTO: iStock/Getty Images)
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“Assumi-me lésbica erroneamente aos 18 anos e, só com 23, me assumi como homem trans hétero. Realizo a terapia hormonal há um ano. Quando a voz mudou e a barba começou a crescer, não contei isso pra minha mãe ou amigos. A mudança física fez isso por mim. Comecei a fazer terapia hormonal por conta, comprava os anabolizantes e aplicava. Fiquei cinco meses fazendo isso porque tinha receio do endócrino não me receber bem, recusar a terapia ou solicitar acompanhamento psicológico. Mas, então, resolvi passar no médico. Ele me recebeu super bem, disse que eu era o primeiro caso dele, pediu alguns exames e receitou a testosterona. Quanto à cirurgia de redesignação sexual, minha genitália não é algo que me incomoda. Digo, não ao ponto de me frustrar, mas se tiver a oportunidade de fazer a cirurgia, faço com certeza", Rafael de Oliveira, 23 anos, agente comunitário de saúde (FOTO: iStock/Getty Images)
O amor não tem idade! Inclusive, esse casal de idosos resolveu celebrar o amor que os une por mais de 57 anos, e o resultado são fotos incríveis! Confira