Depois da popularização do termo e de sua desmistificação, é comum que muitas pessoas reconheçam em si alguns dos sintomas dos diversos tipos de mania que compõem o transtorno, fazendo dele um elemento da convivência. Contudo, enquanto para alguns possa ser uma questão de checar duas ou três vezes se a porta está trancada, ou se a luz da sala está apagada, para outros tantos o TOC significa complicações muito maiores.
Para que o TOC seja diagnosticado, estabelece-se que as compulsões e obsessões consumam mais de uma hora por dia, ou que causem desconforto a ponto de comprometer a vida social, no trabalho, nos estudos, entre outros. Neste caso, portanto, é necessário ser crítico a respeito do próprio comportamento e identificar o momento de recorrer à ajuda profissional. Mas quais são os principais medos e sintomas de quem tem que lidar com a doença?
Ablutomania: Assim como o personagem de Jack Nicholson no filme Melhor é Impossível, o indivíduo sente muito medo de se contaminar e, por isso, lava as mãos com frequência exagerada, não usa talheres fora de casa e usa lenços descartáveis para abrir e fechar portas. Melvin Udall, interpretado por Nicholson, retrata bem a rotina de quem sofre com a ablutomania. Em determinada cena, Udall abre seu armário cheio de sabonetes, tira o item da embalagem, lava as mãos e logo depois descarta o produto. Quando vai ao restaurante onde almoça todos os dias, leva seus próprios talheres descartáveis. O que pode soar como exagero cinematográfico, retrata o drama de quem já atingiu o transtorno em grau intenso (Foto: Shutterstock)
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Aritmomania: é a mania de checagem, que faz com que a pessoa repita uma tarefa várias vezes para se certificar de que não haverá nenhum acidente ou incidente. Para ter certeza de que trancou o portão depois de sair, o maníaco tende a destrancá-lo e tornar a girar a chave, duas, três, quatro vezes, na certeza de que está deixando a casa em segurança. Geralmente, cada indivíduo tem um número de vezes definido em que irá executar várias das ações – o que pode significar sair do chuveiro depois de se ensaboar 35 vezes, por exemplo, ou contar os movimentos enquanto escova os dentes, até que chegue ao número 100. Por mais que as ações pareçam inofensivas, acabam, como dito anteriormente, atrapalhando a rotina das pessoas que as desenvolvem, que muitas vezes se isolam e não conseguem sair da clausura sem que cumpram uma série de rituais antes (Foto: Shutterstock)
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Acribomania: o indivíduo cria uma ordem para arrumar e dispor seus objetos, geralmente buscando simetria. A questão simétrica ganha espaço também quando, por exemplo, a pessoa toca em algo despropositadamente e, em seguida, toca no mesmo objeto com a outra mão (Foto: Shutterstock)
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Colecionismo: guardar caixas, embalagens, jornais velhos e outros objetos que, para a maioria, não tem valor algum, pode se transformar em pesadelo. Pessoas que sofrem com o colecionismo chegam a ocupar mais da metade de suas casas com as coisas que acumulam, perdendo espaço em quartos e salas para poder guardar os itens dos quais não conseguem se livrar. O comportamento gera conflitos familiares e também tem como consequência um ambiente insalubre, que colabora para proliferação de doenças (Foto: Shutterstock)
