A terapia lacaniana, formulada pelo psiquiatra Jacques Lacan, é bastante complexa e, às vezes, o próprio analisando (ou paciente) não entende a concepção da escuta proposta por essa corrente.
“O terapeuta lacaniano faz poucas, ou quase nenhuma intervenção na fala do analisando para não influenciar ou contaminar aquilo que o paciente tem vontade, aquilo que o inconsciente dele está pedindo para que ele diga”, explica o psicanalista Gino Cammarota.
Como é a primeira consulta?
Na primeira consulta, o psicanalista ouve a principal queixa do cliente e aquilo que mais o incomoda, deixando-o falar de forma livre. O especialista escuta o que é falado, contudo, também presta muita atenção no que não é dito, ou seja, nas entrelinhas.
Para quem é indicada a terapia lacaniana?
A psicanálise, em geral, é indicada para pessoas de todas as idades, de crianças a idosos. No entanto, quanto ao tratamento de transtornos, é útil, sozinha, somente se estiver no início ou apresentar um grau bem pequeno. “Quando se fala de transtornos mais avançados, nós falamos também de um tratamento médico, no caso, psiquiatria”, acrescenta o psicanalista.
Cammarota adiciona que, atualmente, o que se vê é uma união entre a psiquiatria e a psicanálise. Psiquiatras recomendam que, além do tratamento medicamentoso, exista um complemento para o lado emocional e comportamental, como uma forma de reforço aos remédios.
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Texto: Érica Aguiar Arte: Mary Ellen Machado
Consultoria: Gino Cammarota, psicanalista graduado pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa (SBPI). Também ministra aulas dos módulos de Freud, Jacques Lacan e Melanie Klein no curso de formação psicanalítica da SBPI.