Quando pensamos na prática da fé budista, logo associamos os templos de meditação à procura pela paz interior que pode ser recepcionada nesses espaços físicos. De fato, os templos budistas são referência para os momentos de concentração que os adeptos dessa religião e filosofia procuram, mas esses ambientes podem também ser utilizados para muitas comemorações tradicionais, festivais e celebrações – como o aniversário de Buda, por exemplo.
A história dos templos budistas
A finalidade dos templos, porém, nem sempre foi essa, e seus estilos podem variar de acordo com a época e com a localização. Na Índia, onde Buda atingiu a iluminação, os primeiros espaços budistas datam 250 a.C. e, nesse período, eles eram menores, construídos em madeira. Eram utilizadas pedras e tijolos também, mas predominavam construções do tipo estupas. Como o elemento mais importante da arquitetura budista, eram locais derivados de túmulos antigos de cadáveres importantes para a religião.
Existe a versão que, depois da cremação de Buda, suas cinzas foram repartidas entre clãs guerreiros e sobre elas foram construídas as primeiras dez estupas. A partir daí, a estupa passou a conter vários significados como: um lugar de evocação ao Buda e à sua doutrina; um monumento comemorativo, e até mesmo uma representação do universo para os budistas.
Na cidade de Bodhgaya, na Índia, o templo Mahabodhi é o local de maior significado para o Budismo, pois teria sido naquela região, especificamente, que Buda atingiu o estado de iluminação. A arquitetura em tijolos da construção é uma das mais antigas do país e foi construída no mandato do rei Asoka, que se converteu ao Budismo depois de se arrepender de um massacre que teria comandado.
O templo foi construído ao lado da árvore da iluminação, a figueira sob a qual Sidarta Gautama teria meditado até atingir o nirvana. A árvore, contudo, não é a mesma da época de Sidarta, mas é uma descendente. Com o declínio do Budismo na Índia, o templo Mahabodhi ficou muito tempo esquecido, e só foi restaurado no século 19.
Budismo no Brasil
Na América Latina, o maior templo budista chinês é o Zu Lai, localizado no Brasil, na cidade de Cotia, interior de São Paulo, construído numa área de 150.000 m2. Trata-se de um projeto desenvolvido por arquitetos chineses, taiwaneses, japoneses e brasileiros, que se inspiraram na arquitetura chinesa para solidificar a construção.
O templo possui a proposta de nacionalizar os ensinamentos de Buda, respeitando os aspectos da cultura brasileira e apoiando projetos como cursos de filosofia budista, grupos de estudo sobre o Darma, e ensinamentos budistas em língua portuguesa.
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Texto: Redação – Edição: Victor Santos
Consultorias: Frank Usarski, doutor em Ciência da Religião pela Universidade de Hannover, na Alemanha, e livre-docente na mesma área pela PUC-SP; Rafael Trindade, residente da Sociedade Budista do Brasil; Tenryu Dairo, membro da Comunidade Zen Budista, ordem Soto Shu