Não há mulher que resista a uma vitrine, nem que seja só para dar uma olhadinha nas novas coleções. E, nessas horas, é difícil segurar a vontade de entrar lá e comprar tudo o que vê pela frente. O resultado: dívidas parceladas em dezenas de cartões de crédito.
Mas, calma: sabendo organizar, seu salário pode render horrores. Com a ajuda de André Massaro, especialista em finanças pessoais, aqui você descobre como fazer isso.
Funcionam, sim!
Parece clichê, mas realmente as planilhas são a chave para o controle no orçamento. “Elas servem para organizarmos todos os gastos, tanto fixos quanto variáveis. O que acontece é que, ao colocarmos tudo em uma planilha, passamos a ter uma visão panorâmica dos gastos. Aí, vemos o que deve ser cortado ou diminuído”, explica o especialista em finanças.
Se as dívidas são muitas, André recomenda fazer um levantamento de seu total, também no papel, colocando o valor das taxas de juros e os vencimentos. “Algumas dívidas podem ser ‘trocadas’ por outras com taxas menores, diminuindo a pressão financeira. Por exemplo, pode-se tomar um crédito consignado (juros mais baixos) para pagar um buraco no cartão de crédito ou cheque especial (juros mais altos)”.
Fixos e variáveis
Separar a quantia de dinheiro certa para cada despesa fixa, como o aluguel, por exemplo, até que é fácil, pois sabemos exatamente quanto será cobrado no final do mês. Já com os gastos variáveis não é bem assim. Por isso, faça uma conta de quanto você gasta em média com determinadas despesas, como as compras de supermercados. “Quando fazemos o orçamento doméstico, consideramos um valor estimado para essas despesas. Se nos últimos três meses gastamos R$400, R$400 e R$500 no supermercado, é uma boa prática estimar o mês seguinte baseado no valor maior, R$500, para não termos surpresas desagradáveis. Se sobrar dinheiro, melhor”, considera André.
Poupança?
Sim, elas são rentáveis, mas só se você tiver com todos os débitos quitados. A regra é: primeiro livre-se integralmente das dívidas e depois pense em investir. “Não faz absolutamente nenhum sentido investir para ganhar 0,5% ao mês numa poupança enquanto se tem dívidas que pagam 10% de juros mensais”, compara o especialista.
Manual da boa consumista
- Converse: assuma que está com dificuldades, mas que tem intenção de quitar os débitos. Esse é o primeiro passo para os credores assumirem a confiança novamente em você.
- Cuidado: cartões de crédito e cheques especiais são armas apontadas contra si mesma quando não sabe utilizá-los de maneira controlada. Deixá-los em casa quando sair, é uma boa pedida.
- Espere: uma boa tática para driblar o consumismo é nunca comprar um produto no dia em que o vê. “Espere uma noite e veja se, no dia seguinte, a vontade de comprar continua tão forte quanto antes”.
- Arme-se: os vendedores conhecem bem a fraqueza de seus clientes e a exploram com argumentos do tipo “é o último par”, “só vão entregar de novo daqui tantos meses”. Discipline-se para desmontar essas armadilhas.
Consultoria: André Massaro, especialista em finanças pessoais e autor do livro Moneyfit.
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