Fumar é um hábito cada vez menos frequente entre os brasileiros: atualmente, 10,8% da população ainda tem o cigarro como um vício, sendo que os números representam uma queda de 30,7% no percentual de fumantes nos últimos nove anos. Entretanto, o ideal seria que todas as pessoas tivessem consciência dos malefícios que o cigarro causa ao organismo.
Então, como hoje é Dia Nacional de Combate ao Fumo, chegou a hora de melhorar esse cenário, descobrindo todos os riscos que o cigarro traz à saúde.
Substâncias encontradas no cigarro
Ao fumar, são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas, e pelo menos 69 são cancerígenas. Algumas são estimulantes e levam ao vício, como a nicotina. Confira as principais:
• Nicotina: causa dependência e age como vasoconstritora, elevando a pressão arterial e os batimentos cardíacos, além de descontrolar as taxas de colesterol. Após o efeito estimulante, vem o tranquilizante – por isso, muitos fumantes recorrem ao cigarro para aliviar o estresse. Pesquisa da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, revelou que, quando consumidas pela primeira vez, a nicotina e a cocaína acionam os mesmos mecanismos do cérebro.
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• Monóxido de carbono: é o mesmo gás liberado pelo escapamento dos automóveis. Diminui a oxigenação do sangue e, por isso, reduz o desempenho em atividades físicas, a capacidade de cicatrização e a absorção de nutrientes no organismo.
• Alcatrão: reúne elementos cancerígenos como polônio, chumbo, arsênio (que está presente em inseticidas), cádmio (usado na fabricação de pilhas e baterias) e fósforo P4/ P6 (encontrado em veneno de rato e produtos de limpeza).
• Amônia: reduz a acidez da fumaça do cigarro, colaborando para maior absorção da nicotina e, consequentemente, contribuindo para a dependência. É uma substância corrosiva.
Consequências em todo o corpo
Ossos fracos: a menopausa é antecipada, fator de risco para a osteoporose. A massa óssea também é afetada, e alguns estudos sugerem a relação entre o cigarro e a redução de osteoblastos, células que sintetizam a massa óssea.
Sem ar: bronquite, câncer, enfisema e outros problemas se desenvolvem nos pulmões. O aproveitamento do oxigênio é prejudicado e, com o tempo, o fumante perde o fôlego até mesmo em repouso.
Até no sistema digestivo: a nicotina aumenta a acidez do estômago, o que pode provocar gastrite. Os riscos de desenvolver tumores no órgão também aumentam.
Sorriso amarelo: além do escurecimento dos dentes, o fumo também torna as gengivas mais sensíveis a inflamações.
Velhice cedo demais: aumenta a produção de radicais livres, substâncias altamente reativas que danificam as células, causando seu envelhecimento. Surgem, assim, as rugas e a pele perde a vivacidade.
Visão afetada: o índice de catarata em fumantes é 40% maior do que em quem não fuma. O problema se caracteriza pela opacificação do cristalino, lente natural do olho, e é tratado somente com cirurgia.
Texto Marisa Sei/Colaboradora
Consultoria Roque Savioli, cardiologista