Remédios que agem no sistema cerebral têm como objetivo controlar os sintomas da ansiedade. As drogas mais comuns são os ansiolíticos, isto é, os tranquilizantes, tanto benzodiazepínicos (BZSD) quanto não-BZD; antidepressivos; estabilizadores de humor; e antipsicóticos.
Quando a intenção é uma redução rápida dos sintomas, em questão de horas, as drogas mais usadas são os benzodiazepínicos. Já para uma resposta a longo prazo, usa-se medicação antidepressiva chamada de inibidor seletivo de recaptação da serotonina, uma substância produzida naturalmente pelo organismo e responsável pelo humor.
“Muitas vezes, o que se faz é combinar essas duas medicações no começo do tratamento porque os antidepressivos demoram algumas semanas pra fazer efeito. Nesse tempo, é possível controlar a ansiedade da pessoa com benzodiazepínico. Na medida em que a medicação antidepressiva está funcionando, começa a surtir o efeito terapêutico. Assim, se retira gradualmente o benzodiazepínico”, explica Neto.
Existe um grande debate sobre até que ponto os remédios fazem bem ou mal ao organismo. No entanto, o que se deve destacar é o uso correto de cada prescrição. “Nenhuma substância química faz mal se levarmos em consideração quantidade, qualidade e indicação. As medicações psiquiátricas precisam ser utilizadas com rigor de conhecimento por quem prescreve, com orientações minuciosas do uso adequado”, explica Stefano. A psiquiatra também ressalta que é fundamental que o paciente respeite e siga corretamente todas as orientações médicas.
Os remédios que agem no cérebro
- Benzodiazepínicos: atuam no sistema gabaérgico, que inibe o sistema nervoso central
- Inibidores seletivos de recaptação da serotonina: fazem com que a serotonina envolvida na sinapse dos neurônios permaneça por mais tempo na fenda sináptica, gerando o efeito antidepressivo.
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Consultorias: Maria Cristina De Stefano, psiquiatra; Mario Rodrigues Louzã Neto, psiquiatra e médico assistente e coordenador do Programa de Esquizofrenia (Projesq) e do Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade (PRODATH) no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Texto: Natália Negretti
Entrevistas: Giovane Rocha/Colaborador e Natália Negretti
Edição: Augusto Biason/Colaborador