O sistema de recompensa no cérebro é fundamental para o ser humano. Porém, se descontrolado, pode gerar um vício em relação ao prazer
por Redação Alto Astral
Publicado em 10/01/2017 às 09:31
Atualizado às 16:52
Todo complexo mecanismo que envolve a percepção do prazer no cérebro foi fundamental ao longo da evolução, incentivando comportamentos favoráveis à preservação das espécies. Contudo, hoje é fato que muitas substâncias – lícitas e ilícitas – são capazes de elevar consideravelmente o nível de dopamina a ser liberado. Consequentemente, a sensação de bem-estar se intensifica de maneira incomum, e o organismo tende a desenvolver um vício nos estímulos.
FOTO: iStock.com/Getty Images
Drogas como o álcool, a heroína e a cocaína causam um impulso repentino do neurotransmissor para o núcleo accumbens. Conforme o uso se repete, a produção natural de dopamina cai, e essa área passa a se comunicar com o córtex pré-frontal em uma combinação perigosa: o indivíduo não só sente um intenso bem-estar, como passa a ser dependente de químicos que retomem a produção dopaminérgica.
Porém, não é todo psicoativo que perturba o circuito de prazer do cérebro. Os antidepressivos e os psicodélicos provocam alterações no sistema nervoso, mas não o torna subordinado à esses efeitos.
De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade de Queensland, na Austrália, os efeitos do açúcar na produção de dopamina do organismo são similares aos de drogas, como a cocaína, o tabaco e as morfinas.
A curto prazo, o efeito é um bem-estar instantâneo que, a partir do consumo frequente, leva a uma redução dos níveis do neurotransmissor no cérebro. Essa diminuição nos obrigaria a consumir quantidades cada vez maiores de açúcar para conseguir obter o estímulo de recompensa e evitar quadros depressivos.
Segundo os pesquisadores, animais que mantêm alto consumo de açúcar na fase adulta podem enfrentar, além do sobrepeso e diabetes, consequências neurológicas e psiquiátricas.
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Texto: Angelo Matilha Cherubini/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
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