Atualmente, entre as dificuldades das crises econômicas e as brechas para se explorar no mercado de trabalho, é comum que, em algum momento da trajetória, o profissional se pergunte se não é a hora de dar uma guinada na carreira – ou ainda mudar de área, empreender e dar novos rumos à sua atuação. Mas transformar isso em realidade não é tão fácil quanto parece.
Por exemplo: existem vários fatores que nos prendem a uma empresa. Afinal, se quando éramos crianças a escola era considerada o nosso segundo lar, quando adultos o local de trabalho é que assume a função. Somam-se a isso aspectos como a perspectiva de crescimento na carreira, os benefícios, os aumentos salariais, o ambiente de trabalho, ou mesmo a valorização do quadro de funcionários.
O problema acontece quando não nos contentamos mais com o retorno financeiro que o emprego proporciona. E aí, enquanto a rotina cai na mesmice, começam os questionamentos: “Por que isso é importante para mim? Por que gosto de fazer isso? Quais são minhas qualidades e fragilidades?”.
E se as respostas não satisfazem mais seus propósitos e valores, as coisas ruins na empresa se destacam mais do que as boas, tudo se torna irritante e levantar da cama para ir trabalhar se transforma em um verdadeiro sacrifício. Mas como arrumar motivação e coragem para reverter esse cenário?
Há mais de dois mil anos, o filósofo Aristóteles já dava suas pistas: “Onde as necessidades do mundo e os seus talentos se cruzam, aí está a sua vocação”. Para Leizia Oliveira, CEO da Minds Idiomas com conhecimento de 10 anos na área de educação profissional, tudo passa por um processo minucioso, no qual a razão e o bom senso precisam andar lado a lado. “Tomar a decisão de mudar de área requer uma certeza para qual área migrar. Assim, antes mesmo de começar a se planejar, se eu puder dar um conselho a qualquer pessoa, o conselho é: pesquise o que você quer realmente fazer. Estude a área. Converse com pessoas que estão na carreira trabalhando. Ao saber o que você quer, acredite: o planejamento fica mais fácil e a vontade de superar as adversidades, como começar tudo de novo e ganhar menos, ficam mais palatáveis”, conclui a profissional.
Começar de novo
Confira sete dicas para arrumar coragem, se programar para a transição e ser feliz em outra área!
- Faça uma reserva financeira: Pelo menos no início, é inevitável que a transição profissional signifique diminuição de rendimentos. Você pode ir para um cargo menor, ou ainda ter gastos com a possibilidade de investimentos. Por isso, economizar por cerca de um ano antes da mudança propriamente dita é extremamente recomendável – principalmente se existirem pessoas que dependam financeiramente de você.
- Resgate seus sonhos: ou identifique suas paixões Passo importante antes de “chutar o balde” e se jogar em um novo caminho profissional. Afinal, realizar tarefas diárias que inspirem e motivem você é fundamental para não trocar seis por meia dúzia. Liste todas as ideias que passam pela sua mente para ter um norte.
- Entenda o mercado de trabalho: É fundamental compreender a realidade e as possibilidades que a nova área oferece. Ter afinidade com determinado conhecimento não basta, é preciso estar atualizado. Criar projetos paralelos nas horas vagas sem abandonar seus afazeres de um dia para o outro também é um excelente caminho para exercitar a criatividade e pensar “fora da caixa”.
- Converse com alguém que já passou por essa mudança: Mais do que inspirar: ouvir relatos – bem-sucedidos ou não – sobre quem passou por experiências parecidas na carreira poderá esclarecer muitos aspectos em sua cabeça. Obviamente, não existem receitas ou fórmulas do sucesso, mas tirar dúvidas e aprender com erros e acertos dos outros com certeza irá ajudar.
- Crie uma rede de contatos: O famoso networking pode começar com simples perguntas sobre o que as pessoas acham de determinada ideia, ou ainda se elas topariam trabalhar com você. Muitos especialistas afirmam que estamos na era da colaboração. Ou seja: aglutinar profissionais, participar de grupos em redes sociais e se interessar pelos projetos dos outros podem render benefícios mútuos. Afinal, ninguém constrói um império sozinho.
- Cuide de sua saúde: O processo de transição demanda muita energia física, mental e emocional. Além disso, você não sabe quanto tempo vai levar para ter alguma estabilidade e um bom rendimento novamente.
- Tenha paciência: Talvez até mais do que paciência, a perseverança é uma palavra que deve fazer parte do seu vocabulário. Até porque, nessa altura, você já deve ter certeza do que quer e do que é capaz de alcançar. Porém, nada acontece com facilidade e de um dia para o outro. Ignorar os obstáculos pode levar você ao fracasso. Então, mantenha-se firme, transforme-os em degraus e, gradualmente, vença o desafio.
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