Após receber o diagnóstico de câncer, surgem as mais variadas dúvidas sobre as formas de tratamento e seus efeitos colaterais. No caso das mulheres, um dos mais temidos é a queda de cabelo durante a quimioterapia. Essa aflição, muitas vezes, se sobrepõe inclusive aos resultados positivos da terapêutica e leva a um elevado risco de problemas secundários como autoestima baixa, ansiedade, estresse e depressão. Mas, afinal, existem formas de evitar a queda de cabelo durante a quimioterapia?
Um procedimento que aumenta as chances de preservação dos fios nos processos de quimioterapia têm sido considerado um importante aliado para a melhora do equilíbrio emocional em mulheres. A técnica, chamada de Crioterapia ou Scalp Cooling (em inglês), consiste no uso de uma touca gelada, que resfria o couro cabeludo, levando à contração dos vasos sanguíneos e, dessa forma, cria uma espécie de capa protetora que preserva os folículos capilares.
Entenda a crioterapia
Um capacete revestido por um gel em temperatura de 4º C é conectado por meio de um tubo a uma máquina que se assemelha a um circulador de ar. Colocado sobre a cabeça do paciente 60 minutos antes da infusão de quimioterapia, a touca permanece sendo usada durante toda a aplicação do quimioterápico e só é retirada cerca de uma hora após a aplicação completa do medicamento.
Todo o processo dura em torno de três a quatro horas. “Esse dispositivo gelado causa uma sensação térmica de aproximadamente 15º C e, em geral, é bem tolerada. Em alguns casos pode haver queixa de dor de cabeça, tontura e sensação de frio, mas tais sintomas não são considerados como fatores que levem à desistência do procedimento pelos pacientes, graças ao bons resultados alcançados”, ressalta Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – CPO (Grupo Oncoclínicas).
Atenção aos detalhes
Esse resfriamento do couro cabeludo diminuí o fluxo sanguíneo para a raiz de cada fio, fazendo com o que folículo capilar fique menos suscetível à agressão dos quimioterápicos e, portanto, menos propenso ao risco de queda. O especialista frisa que o nível de preservação do cabelo está relacionado ao tipo de quimiterápico empregado.
Considerando as drogas mais fortes, que levariam à queda total dos fios, é possível reduzir o indíce de perda para 20% a 30%. “Isso significa que o uso de peruca ou lenços se torna desnecessário na maioria das situações, contribuindo amplamente para a autoestima das mulheres em tratamento”, pontua Daniel Gimenes.
Consultoria Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia – CPO (Grupo Oncoclínicas)
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