O sonho tem um propósito bastante importante e até mesmo inusitado: tecer a realidade. O famoso neurocientista de Harvard (Estados Unidos), Robert Stickgold, estudou esse assunto e descobriu que os sonhos são capazes de solucionar os seus problemas reais.
Para chegar a essa conclusão, Robert fez um teste simples. Ele e sua equipe colocaram 100 voluntários para percorrer um labirinto virtual, usando a tecnologia 3D. A missão deles era conhecer o percurso e descobrir seus mistérios. Ao saírem de lá, tiveram um intervalo de 5 horas até voltarem para o labirinto com o intuito de realizarem uma nova prova.
Nesse meio tempo, metade das pessoas tirou um cochilo de duas horas. O resultado? O time dos descansados se deu ligeiramente melhor que o dos despertos – demoravam alguns segundos a menos para encontrar a saída. Nada muito surpreendente, não é mesmo? O que chamou a atenção veio em seguida: entre os voluntários que haviam tirado uma soneca, alguns sonharam com o labirinto, justamente aqueles que melhoraram seu tempo 10 vezes mais que os demais.
A essa altura, você deve estar se perguntando como isso foi relevante na hora de ajudar no desempenho dos voluntários. Para Stickgold, essas imagens mentais que surgiram na cabeça durante o sonho eram apenas uma sombra do que o cérebro dos voluntários fazia de verdade, que era processar o labirinto no meio da confusão dos sonhos. Então, segundo o pesquisador, quando o cérebro passa por uma situação desse tipo, ele faz algo inesperado: extrai o que há de mais importante nessa experiência e você aprende algo novo sem se dar conta. Apesar de interessante, não existem provas científicas definitivas de que isso realmente acontece.
Contudo, inúmeras grandes ideias surgiram a partir de sonhos. Foi assim com Paul McCartney, quando o cantor acordou em uma manhã comum com uma música na cabeça. Após tocar a melodia no piano, o cantor ficou inconformado de que a canção poderia ser mesmo dele. E era. Até hoje, Yesterday é um sucesso absoluto.
Quer mais um exemplo? O químico alemão Kekulé, indicado como um dos descobridores do benzeno – molécula em forma de anel com 6 átomos de carbono – afirmou que a descoberta veio a partir de um sonho que teve, no qual uma serpente mordia o próprio rabo.
LEIA TAMBÉM
Texto: Larissa Tomazini – Edição: Giovane Rocha/Colaborador