Qual é a causa da depressão? A genética influencia?

A depressão é causada por interações entre fatores neurológicos, ambientais e, possivelmente, genéticos. Saiba mais sobre o transtorno.

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Os neurotransmissores são as substâncias químicas que realizam as ligações entre os neurônios de todos os sistemas cerebrais — e, num quadro de depressão, ocorrem modificações nos sistemas que eles gerenciam.

“Na depressão, os principais neurotransmissores envolvidos são a serotonina, a adrenalina e a noradrenalina”, explica a psiquiatra Maria Cristina De Stefano. O neurocientista Aristides Brito comenta que a serotonina, por exemplo, cuida da comunicação entre a região do lobo frontal — o “juiz” do nosso cérebro, que faz as análises morais e resolve problemas — e o sistema límbico, que cuida das emoções. Durante a depressão, essa ligação acaba dificultada e a pessoa começa a ter seu estado emocional afetado.

cérebro depressão

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“Ou seja, esse transtorno acaba configurado como um quadro de mudanças químicas no cérebro, mas é muito mais do que isso”, relata Aristides. “Afinal, se relaciona com as emoções, e elas, por sua vez, são afetadas pelo meio ambiente, principalmente nos dias de hoje com tanta pressão na vida moderna”.

A genética tem culpa?

De acordo com os especialistas, esse transtorno é ocasionado por interações entre os fatores neurológicos, ambientais e, possivelmente, genéticos.

“Ainda assim, temos uma limitação ao afirmar esse determinismo genético, pois sabe-se que a influência genética é resultante de uma interação entre múltiplos genes e não apenas um único”, comenta Aristides. “Existem pessoas com predisposição genética sim, mas acredito muito mais nos fatores externos do que nos genéticos”, diz.

Um estudo publicado em agosto de 2016 na revista científica Nature Genetics pode auxiliar a dar uma luz nessa questão. Pela primeira vez, foram identificadas 17 variações genéticas ligadas à depressão em indivíduos com ascendência europeia — isso só havia sido observado uma vez, numa pesquisa com asiáticos.

De qualquer forma, ainda que a ciência não tenha chegado a um consenso sobre a sua causa, a depressão continua atingindo milhões no mundo todo – mais especificamente, 350 milhões de pessoas. Por isso, todo cuidado é pouco, e, uma vez efetuado o diagnóstico, é importante ter em mente que as possibilidades para dar a volta por cima são muitas.

 

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Texto: Victor Santos – Entrevistas: Andrey Seisdedos/Colaborador, Natália Negretti e Ricardo Piccinato – Edição: Augusto Biason/Colaborador

Consultorias: Alex Machado, professor do curso de psicologia da Faculdade Pitágoras, de Linhares (ES); Aristides Brito, neurocientista, coach e diretor da Marca Pessoal Treinamentos, Hermínio Meneguzzi Júnior, professor do curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras, de Linhares (ES); Maria Cristina De Stefano, psiquiatra; Maria Isabel da Penha Sinegaglia, musicoterapeuta do Instituto MATOBA, em Osasco (SP); Mauro Olívio Martinelli, ortopedista e especialista em medicina esportiva do Centro de Qualidade de Vida, em São Paulo (SP); Rubenildo Coutinho, acupunturista do Centro Multidisciplinar Fluminense, no Rio de Janeiro (RJ); Sérgio Lima, psiquiatra e diretor da Clínica Spatium, em São Paulo (SP).

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