Se o psicopata não dá a mínima para quem está ao seu redor, ele seria capaz, então, de se relacionar com outras pessoas? A reposta é sim, claro! Esta é a oportunidade perfeita de manipular para conseguir o que ele quer. Principalmente entre familiares, amigos e colegas de trabalho, os psicopatas são capazes de colher informações sobre quem os cerca e usar isso como forma de chantagem. “Os portadores dessa estrutura psíquica causam boa impressão e são considerados normais por aqueles que conhecem superficialmente. Porém, costumam ser egocêntricos, desonestos e mentirosos”, acrescenta a psiquiatra Andrea Kraft.
Em suas relações sexuais, também podem ser exploradores e terem vários parceiros. É possível que nunca sustentem relacionamentos monogâmicos por muito tempo, pois, quando se envolvem com alguém, é com a pretensão de alcançar seus objetivos, seja poder, status ou apenas por pura diversão. Assim, estão sempre em busca de pessoas manipuláveis para se relacionarem.
Identificando psicopatas
Não se sabe ao certo o que geraria a psicopatia, porém há vários fatores envolvidos, desde traumas psicológicos até questões genéticas.
Assim como qualquer transtorno mental, a psicopatia somente pode ser diagnosticada por profissionais capacitados, isto é, especialistas no assunto, como psiquiatras e psicólogos. Contudo, não é algo fácil.
A capacidade de dissimulação do psicopata dificulta uma identificação rápida e precisa; por isso, muitas vezes, são necessárias diversas consultas e conversas para ter certeza do quadro. Além disso, os sinais podem ser confundidos com outros transtornos, como o obsessivo-compulsivo.
A capacidade do psicopata em camuflar suas reais intenções e sentimentos é tanta que o psiquiatra norte-americano Hervey Cleckley criou o termo “máscara da sanidade”, ao publicar um livro homônimo, em 1941, no qual relata a descrição clínica mais influente da psicopatia do século 20. Pioneiro do estudo do transtorno, Cleckley acreditava que um psicopata pode se parecer como uma pessoa como qualquer outra, mas usando uma máscara que esconde o distúrbio.
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Consultorias: Andrea Kraft, psiquiatra especializada em terapia cognitiva e comportamental; Cleunice Menezes, psicanalista especializada em doenças da mente e dependência química.
Texto e entrevistas: Natália Negretti – Edição: Augusto Biason/Colaborador