Além de crime, o preconceito e a descriminação poderiam passar a serem vistos como tema de saúde pública. O pretexto para isso é uma pesquisa realizada com estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis (SC).
O estudo, que entrevistou os alunos da unidade sobre intolerância e transtornos psíquicos, apontou que pessoas que passam por esse tipo de situação têm 4,4 vezes mais chances de apresentarem distúrbios, como ansiedade e depressão, além de, a longo prazo, desenvolverem o quadro de hipertensão.
A causa disso seria o excesso de liberação de hormônios relacionados ao estresse, como o cortisol e a adrenalina, em momentos de intolerância. Esses hormônios, em grandes escalas, afetam diretamente a pressão arterial.
Além de fazer mal à pessoa alvo da intolerância, o preconceituoso também pode sofrer reflexos negativos da atitude. Tudo devido ao intenso estresse interno que o indivíduo que comete as ofensas se submete.
O estudo contou com a participação de 1.023 estudantes de diversos cursos da universidade. Nele, os alunos responderam a um questionário sobre que abordava temas como o aspecto socioeconômico, o local de residência, experiências relacionadas ao preconceito sofridas ao longo da vida, presença de transtornos psíquicos e algumas informações específicas de cada curso.
Segundo a pesquisa, os cursos que apresentaram as taxas mais altas de distúrbios psíquicos foram pedagogia, história e medicina. Quase metade dos estudantes que enfrentaram episódios de discriminação desses determinados cursos apresentaram alguma alteração psicológica.
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Texto: Augusto Biason/Colaborador