Engana-se quem pensa que ter pouco dinheiro é sinônimo de endividamento, ou então que, para ter uma boa poupança, é preciso ser rico. Ter dinheiro não tem a ver com quantidade, mas planejamento.
Planejamento do dinheiro
Quando não há um planejamento, a tendência é que as despesas cresçam proporcionalmente a qualquer incremento na renda. Isso contribui para que o padrão de vida fique no limite da renda, aumentando o risco de endividamento diante de um imprevisto (desemprego, doença, etc). Mesmo que não se chegue a ficar no vermelho, manter um padrão de vida muito alto acaba tornando o indivíduo escravo de si mesmo, trabalhando somente para sustentar este padrão. Em outras palavras: acaba trabalhando a vida toda e não acumula patrimônio, nem realiza sonhos grandiosos.
É normal que haja uma mudança no padrão de vida conforme o orçamento permite, porém, precisa ser equilibrado, como destaca o economista Samy Dana: “você tem que aprender a viver dentro do seu orçamento. Se for acostumado a viver com menos do que ganha, depois, quando ganhar mais, vai se adaptando: aumenta a poupança, aumenta o valor dos gastos fixos e até gastos mais supérfluos”.
Para a vida toda
Planejar as finanças é algo que deve ser feito desde cedo e estar sempre presente, mesmo após a aposentadoria. Afinal, os gastos acontecem na vida toda e nunca é demais estar organizado. Segundo o professor de finanças Marcelo Cambria, depois de se alcançar um conforto financeiro, quando não é preciso se preocupar tanto com cada centavo, pode haver menos disciplina, consultando a planilha de finanças uma vez por semana ou a cada 15 dias. “Mas, enquanto não tiver um conforto de entradas maiores que as saídas, recomendo ter esse controle sim, que seja bem disciplinado, porque faz uma diferença enorme na vida mais adulta, próxima da aposentadoria”, ressalta o professor de finanças.
Se conheça melhor
Um fator importante na hora de organizar as economias pessoais é buscar o autoconhecimento, isto é, questionar-se sobre o que quer da vida, quais os objetivos e sonhos a serem alcançados, quanto está disposto a trabalhar, planos de carreira e pessoal, etc. Só assim é possível planejar de forma organizada, garantindo tranquilidade hoje e no futuro. Caso contrário, há grandes chances de você gastar seu rico dinheiro em itens que não são importantes.
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Consultoria: Marcelo Cambria, professor de finanças e mercado financeiro da Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Aturiais e Financeiras (Fipecafi) na Faculdade de Economia, Adminstração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).
Texto: Natália Negretti