Uma nova pesquisa feita no Canadá aponta que a pré-eclâmpsia, complicação da gravidez caracterizada por pressão arterial elevada e danos potenciais de órgãos, está ligada a problemas oculares na mãe, mais tarde na vida. O oftalmologista Virgílio Centurion fala mais sobre a doença.
O que é a pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia começa geralmente após 20 semanas de gestação em mulheres com pressão arterial normal. Pode gerar complicações graves, até mesmo fatais, para a mãe e o bebê. Muitas vezes, a gestante não tem nenhum sintoma. Porém, a pressão arterial elevada e proteína na urina são as principais características da doença. Também pode haver inchaço nas pernas e retenção de líquido, mas esses fatores são comuns durante a gravidez, deixando difícil de distinguir de uma gestação normal.
Descoberta
Os pesquisadores acompanharam mais de um milhão de mulheres que tiveram bebês, em Quebec, entre 1989 e 2013, das quais 64.350 receberam um diagnóstico de pré-eclâmpsia. Em seguida, eles continuaram o acompanhamento dessas pacientes ao longo dos anos. “Após ajuste por idade, situação socioeconômica, diabetes, hipertensão, obesidade e outros fatores que podem afetar a visão, eles descobriram que, em comparação a mulheres que não tiveram pré-eclâmpsia durante a gravidez, as que tiveram têm 1,6 vezes o risco de descolamento de retina e quase o dobro do risco de outras doenças da retina. O aumento do risco começou logo após o parto e cresceu de forma constante ao longo de 15 anos de acompanhamento do estudo. Mulheres com pré-eclâmpsia, no início da gravidez, apresentavam maior risco do que aquelas cuja pré-eclâmpsia começou mais tarde”, afirma o oftalmologista.
Como afeta o bebê?
Por conta da pressão arterial elevada, o fluxo de sangue para o bebê fica comprometido. Assim, a criança não recebe alimento suficiente para se desenvolver de maneira saudável, e seu crescimento fica muito prejudicado. Isso obriga os médicos a fazerem um parto emergencial, antes da data prevista.
Como cuidar?
Geralmente, é possível controlar a pré-eclâmpsia com medicação oral ou até que o bebê esteja maduro suficiente para que o parto possa ser realizado. É preciso que a mãe analise os prós e contras dos riscos de um parto prematuro frente a continuação dos sintomas da pré-eclâmpsia.
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