Pensar de uma forma, mas agir de outra. Quem não conhece pelo menos uma pessoa assim? Como aquele amigo que tenta economizar dinheiro, porém está sempre no vermelho. Esse é o resultado de um conflito interno, quando o inconsciente tem uma força negativa, mas o consciente opta pelo positivo. “Quando isso ocorre, nosso inconsciente possivelmente irá sabotar ou até mesmo anular as práticas e pensamentos positivos, proporcionando conflitos internos”, aponta a psicóloga Mirella Cobellis.
Nesse quadro, deseja-se racionalmente algo, mas inconscientemente existem mensagens que ditam o contrário. “No final das contas, tudo que se percebe é um certo desconforto e um sentimento de que as coisas não estão acontecendo como racionalmente se deseja”, complementa a psicóloga. Por isso, para que realmente seja possível ver mais o lado bom da vida do que o ruim, é preciso ir a fundo na história de vida do indivíduo e compreender crenças, modo de criação e valores que estão enraizados no inconsciente.
Lidando com os pensamentos
De acordo com Mirella, a partir do momento que a pessoa decide povoar sua mente com pensamentos positivos e construtivos, eles acabam afetando o sistema de crenças individuais. “Esses pensamentos confrontam crenças que podem ser melhor elaboradas, podendo valer como uma crença diferente, mais positiva, como se deseja inicialmente”, afirma a especialista.
O que somos hoje é reflexo dos valores que assimilamos durante todos os anos de nossa vida. Portanto, não será de um dia para o outro que passaremos a enxergar o copo meio cheio. É preciso persistência e, principalmente, autoconhecimento, que se consegue por meio de psicoterapia e algumas práticas, como meditação e ioga.
Os resultados podem demorar um pouco a virem, mas a recompensa de ter mais qualidade de vida vale a espera. “A pessoa positiva, diante de uma frustração, vai ter flexibilidade e analisar o que está a impedindo de alcançar suas metas, o que fazer para superar. Ela tem mais recursos e também utiliza a criatividade para encontrar caminhos”, destaca a psicopedagoga Edith Rubinstein.
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Texto e entrevistas: Natália Negretti – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Edith Rubinstein, psicopedagoga e terapeuta familiar; Mirella Cobellis, psicóloga clínica