Diferentemente do que muita gente pensa, ter pensamento positivo não significa andar nas nuvens, fantasiar sobre a realidade ou ser como personagens de contos românticos. Ao contrário, o otimista é bem “pé no chão”, mas com a vantagem de ser uma pessoa colaborativa. “O otimismo é um conjunto de comportamentos aprendidos que favorecem a adaptação do indivíduo frente a situações difíceis”, explica Michel Indalécio de Souza, psicólogo do Fleury Medicina e Saúde. A pessoa vê na adversidade uma oportunidade de superá-la, um desafio, um ponto de partida. Para o negativo, porém, uma má notícia pode ser o início do fim. Por isso, a força dos bons pensamentos depende de uma postura interna que determina a percepção do indivíduo sobre o mundo ao seu redor.
Cientificamente provado
Mas o que isso tem a ver com a saúde? Tudo! Pessoas positivas tendem a ter autoestima e autoconfiança mais elevadas e gostam de cuidar mais de si, o que favorece todos os cuidados com o corpo. Segundo pesquisa realizada durante oito anos com quase cem mil mulheres, na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, as que demonstravam otimismo tiveram risco 14% menor de sofrer com doenças cardíacas e a mesma porcentagem para riscos de morte em comparação com as pessimistas. O acompanhamento consistia em um questionário que avaliava o nível de esperança e satisfação desse público. Já entre os homens, de acordo com estudo do Instituto de Saúde Mental, na Holanda, realizado com 545 participantes, houve uma redução de até 50% nas mortes por males cardiovasculares entre os que acreditavam na realização de seus planos. “Quando a pessoa encara a vida de maneira mais favorável, há uma liberação de endorfina, hormônio que proporciona sensação de prazer e bem-estar. ‘Prima’ da morfina, faz com que a pessoa não se estresse tanto ou tenha reações exageradamente negativas”, justifica Ana Maria. Outra boa substância liberada com o alto astral é a dopamina, um neurotransmissor que fortalece a musculatura do coração.
Não exija tanto de si e comemore as pequenas conquistas. Foto:iStock.com/Getty Images
Inimigo silencioso
Em contrapartida, o estresse permanente é extremamente tóxico e danoso ao organismo. Em situações de tensão, a produção de cortisol, adrenalina e noradrenalina aumentam. O primeiro hormônio deixa o corpo em situação de alerta e o segundo o prepara para lutar ou fugir do problema, acionando o sistema imunológico contra uma ameaça irreal. Assim, expõem-se a eventuais ataques reais. Além disso, reduzem o calibre dos vasos sanguíneos, potencializando os riscos de hipertensão e arritmias cardíacas; provocam resistência à insulina, condição para o diabetes; e diminuem a atuação das células de defesa. “No caso de câncer, por exemplo, de tempos em tempos, o organismo produz células cancerosas. Se o corpo funciona bem, ele próprio elimina esses focos. Já quando a pessoa está debilitada, a imunidade baixa e o organismo não consegue reagir diante dos agressores. Estudos científicos apontam que há um período de risco entre 12 e 18 meses após um grande trauma, como perda ou intenso desgaste emocional, favorecendo o aparecimento da doença”, conta Ana Maria. Tensão, dores musculares e insônia são outras respostas ao estresse, além do agravamento de doenças já existentes, como diabetes e asma.
Melhor escolha
Mesmo quando a situação é bastante complicada, como no caso de pessoas doentes sem expectativas de cura, a maneira positiva com que elas olham e vivem a vida faz uma grande diferença. “Em casos de doenças terminais, por exemplo, a pessoa pode não focar na sobrevida, mas sim na qualidade de tempo que ela ainda terá”, comenta a psicóloga. Por isso, para se beneficiar dessa positiva condição interior, ela registra algumas dicas:
*As pessoas devem se conscientizar da qualidade e da força de seus pensamentos.
*Ao identificar ideias pessimistas, comece a trabalhá-los, neutralizando-os ou trocando por pensamentos benéficos.
*Todo o processo é racional e comportamental e não depende de fatores sobrenaturais.
Então, sorria com a cabeça, com o coração e com os lábios.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Michel Indalécio de Souza, psicólogo.
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