Ir às compras é um entretenimento saudável quando não se converte em uma obsessão diária, onde a diversão passa a ser considerada uma doença– essa realidade de compulsão por compras afeta mais as mulheres do que os homens. Designada de oniomania, a doença “é uma perturbação psicológica classificada como a falta de controle dos impulsos. É a incapacidade de resistir a uma tendência para realizar um ato nocivo ao indivíduo ou a terceiros. As pessoas que sofrem desse problema compram pela redução da ansiedade que a ação lhes confere. Para o consumidor compulsivo, o que serve como reforço é o ato de comprar, e não o objeto comprado”, explica a psicóloga Vera Ramalho.
O que é a compulsão por compras?
Esse problema está associado a outras dificuldades e é frequente as pessoas apresentarem depressão, abuso de substâncias, perturbações alimentares e problemas para controlar o impulso, bem como sentimentos de raiva, de inutilidade e de inadequação, além de desconforto interpessoal. “Sua causa é desconhecida, mas mecanismos neurobiológicos e genéticos têm sido propostos nas investigações”, diz a psicóloga, acrescentando que “o elemento particular desta problemática é a impulsividade, já que a pessoa não consegue evitá-la”.
Por vezes, as pessoas compram por compensação, por baixa autoestima, desgosto de amor, por sentir-se sozinho ou aborrecido. Neste último caso, comprar pode ser uma forma de preencher um vazio. A pessoa cria a ilusão de que as suas frustrações acabaram. “Aqui, estamos perante problemas emocionais que podem ser graves e, se não forem tratados, conduzir à depressão. Nesse caso, a compulsão por compras pode ser uma compensação e serve como uma espécie de prêmio de consolação”, alerta a psicóloga.
Sabia que…
O ciclo hormonal pode levar à compulsão por compras? Um estudo da Universidade de Hertfordshire, em Inglaterra, mostrou que as mulheres têm uma vontade maior de ir às compras dez dias antes da menstruação. Os pesquisadores acreditam que é a forma encontrada pelo sexo feminino para lidar com as emoções negativas provocadas pelas alterações hormonais. A investigação observou os hábitos de 443 mulheres entre os 18 e os 50 anos. 65% das que estavam na última etapa do ciclo menstrual admitiram que tinham acabado de comprar artigos de que não precisavam.
Consultoria Vera Ramalho, psicóloga
Texto Redação Alto Astral
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