Segundo a pedagoga Amanda Menezes, ainda não há esclarecimentos científicos concretos para o diagnóstico de transtornos de aprendizagem, contudo, os profissionais lidam com algumas hipóteses. “Sabemos que alguns fatores são problemas de visão ou audição que não foram tratados, comprometimento na inteligência, traumatismo ou doenças no cérebro, problemas ocorridos na mudança de escola e falta de oportunidade para o aprendizado”, elenca. A pedagoga ainda acrescenta que é possível detectá-los por meio de uma associação de fatores biológicos e não biológicos, ou seja, internos e externos ao indivíduo.
Por isso, os responsáveis pela criança – é normalmente nesta fase que ocorre a identificação – devem estar atentos aos seus vínculos afetivos, à desatenção e inquietação dentro e fora do espaço da sala de aula. Assim, por exemplo, é possível identificar o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), comum em algumas crianças.
Testes necessários
Para o diagnóstico, é preciso realizar uma avaliação neuropsicológica. De acordo com a neuropsicóloga Renata Paes, pode estar associada a outros métodos, como anamneses completa, exame neurológico e a presença de uma equipe multidisciplinar composta por neurologistas, psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropsicólogos.
“Quanto à neuroimagem, utiliza-se a ressonância magnética nuclear funcional (RMNf), capaz de mostrar alterações do fluxo sanguíneo cerebral durante as tarefas, o que aponta para alterações funcionais e/ou estruturais”, acrescenta. Tais métodos servem para descartar outros distúrbios e fazer um diagnóstico mais preciso.
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Texto: Érica Aguiar/Colaboradora – Entrevistas: Andrey Seisdedos e Érica Aguiar/Colaboradores – Edição: Augusto Biason/Colaborador
Consultorias: Amanda Abreu Menezes, coordenadora do curso de pedagogia na Faculdade Anhanguera de Brasília – Pistão Sul (DF); Jucineide Della Valentina de Oliveira e Mariana Calhau, professoras no curso de psicologia da Faculdade Pitágoras, em Linhares (ES); Renata Alves Paes, psicóloga cognitivo-comportamental e doutora em neurociências.