Misto de vida rural e urbana, Mendoza é uma das oito capitais mundiais do vinho. As outras sete são: Melbourne (Austrália), Bordeaux (França), San Francisco-Napa Valley (Estados Unidos), Porto (Portugal), Bilbao-Rioja (Espanha), Cidade do Cabo (África do Sul) e Florença (Itália). Mas esse é só um de seus atrativos. Mesmo para quem não aprecia os prazeres da bebida favorita dos deuses, não faltam roteiros.
A região oferece opções para adeptos da prática de esportes radicais, como rafting, alpinismo e trekking, bem como para quem prefere passeios mais pitorescos e não tão arriscados, como cavalgadas pela belíssima região pré-andina. No inverno, a neve é generosa para esquiadores. A província conta com três grandes centros de esqui: Vallecitos, Penitentes e a internacionalmente famosa Las Leñas, situada próxima a Malargüe, cidade ao sul da capital mendocina.
Também famosa, a gastronomia cuyana — o nome refere-se à região norte da província, onde está a cidade de Mendoza — é de dar água na boca. Além disso, a cidade tem uma vida noturna intensa, com dois cassinos, diversas danceterias,bares e pubs. Some-se a isso uma eficiente e bem estruturada rede hoteleira e a diversão está garantida.
O vinho em sua plenitude
As bodegas (em português, adegas) mendocinas não são apenas produtoras dos melhores vinhos da América do Sul. Boa parte delas possui restaurantes próprios ou proporcionam almoços e piqueniques ao ar livre, quase sempre próximos ou em meio aos vinhedos, já que as chuvas são bastante escassas por lá. É o chamado enoturismo, uma das atividades que mais movimentam a economia local.
Mendoza: memória viva
Com mais de 400 anos de história, Mendoza tem muito o que contar. A lembrança mais marcante, entretanto, não é das melhores. Trata-se de um terremoto de 7,2 graus na escala Richter que arrasou a cidade em 1861 e vitimou entre seis mil e dez mil pessoas em uma população estimada em 20 mil habitantes. A catástrofe não deixou pedra sobre pedra e a cidade teve de ser reerguida em outro local. Para conhecer melhor essa trágica história, visite o Museo de la Area Fundacional, projetado especialmente para preservar a memória da antiga Mendoza. Trata-se de um verdadeiro centro cultural construído no sítio arqueológico da cidade velha, que inclui as ruínas de São Francisco, um antigo templo jesuíta e a Plaza Pedro del Castillo, que tem uma câmara subterrânea onde estão preservados os restos de uma fonte construída em 1810. Após enriquecer o repertório cultural, relaxe no pitoresco Parque O’Higgins, área verde vizinha ao museu.
Vencendo o deserto
Quem vê a arborizada Mendoza talvez não consiga imaginar que se trata de um oásis artificial. Isso é possível graças a um engenhoso sistema que represa a água do degelo dos Andes em diques gigantescos e depois a leva até a cidade, onde é distribuída por uma rede de 500 quilômetros de canais. Uma admirável obra que prova a capacidade humana de desafiar a natureza. Esse sistema, aliado ao clima e ao solo especiais para o cultivo de uva, contribuiu bastante para Mendoza tornar-se a
meca do vinho na Argentina, com nada menos que 70% de toda a produção do país.
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