Quando pensamos em velhice, é comum que o estereótipo de um idoso debilitado, com dificuldades de memória e necessitando de constante atenção de seus filhos venha à mente. Entretanto, essa imagem que criamos não corresponde totalmente à realidade, apenas nos impacta mais emocionalmente. Isso porque existem muitos idosos ativos, sem medo de envelhecer.
De acordo com o geriatra Thiago Monaco, o envelhecimento é um processo que traz diversas modificações no corpo, como a perda da mobilidade, do equilíbrio, da força e da agilidade, o que interfere na autonomia da vida diária. “Muitas dessas alterações modificam a capacidade de locomoção do idoso”, destaca.
Mesmo assim, é possível amenizar os efeitos: “a atividade física na terceira idade pode ser usada de forma preventiva nas doenças degenerativas que o processo do envelhecimento traz, como os desgastes das articulações, a falta de força, equilíbrio, redução da massa óssea e muscular”, explica Monaco.
Dessa maneira, é possível agir de forma paliativa e devolver a autonomia aos idosos. Mas o que isso significa de verdade?
Autonomia vs. independência
Uma das grandes preocupações em relação à velhice é ser dependente de outras pessoas, contudo, existem diferenças entre independência e autonomia. “A independência é ter dinheiro, poder andar, comer, ir e vir sem necessitar de ajuda e a autonomia é a capacidade de fazer escolhas como o que comer, o que vestir, como usar o dinheiro e para onde ir sem necessitar de ajuda”, diferencia a psicóloga Ana Caroline Saldanha.
Segundo a especialista, muitas pessoas confundem isso, pois um idoso pode ser dependente, porém autônomo, o que é o mais importante.
Medo de envelhecer
Esse pensamento pode justificar os 90% dos brasileiros que têm medo de envelhecer, pelo menos é o que diz um levantamento realizado pelo Instituto Qualibest em 2015, que contou com a participação de 989 pessoas. Segundo a pesquisa, saúde, limitações físicas, problemas financeiros e solidão são as principais preocupações da população em relação à velhice.
Para Saldanha, “esse medo ocorre, pois, com o aumento da faixa etária populacional, a incidência de algumas doenças que afetam tanto a independência quanto a autonomia vem aumentando, mas não necessariamente essas doenças vão comprometê-las”.
Segundo a especialista, durante a vida, a pessoa cresce, amadurece e conquista a sua independência. Assim, a ameaça de perder algo construído e que demorou a ser conquistado é assustadora.
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Texto e entrevistas: Paulinha Alves – Edição: Giovane Rocha
Consultorias: Ana Caroline Saldanha Martins, psicóloga com formação em terapia cognitivo-comportamental, especializada em gerontologia, neuropsicologia e reabilitação neuropsicológica; Thiago Monaco, geriatra – Fonte: Artigo 5 Reasons Not to Fear Getting Older, de Joe Brownstein