Você já reparou que a maior responsável pela distração é a audição? A dificuldade em desligar um mundo externo cheio de sons representa um grande empecilho para a meditação. Por isso, escolher estímulos auditivos apropriados para a concentração, como mantras e músicas, pode ajudar, e muito, na prática. “A música faz com que a pessoa se concentre porque atrai a atenção para a audição, trabalhando no córtex cerebral de forma a anestesiá-lo.
Além disso, também dá ritmo e, quanto mais lenta, mais se alinha ao batimento cardíaco e acalma. A mesma coisa para os mantras (e as orações), que fazem a mente focar em um ponto e desligar, caracterizando um estágio de relaxamento mais adequado”, afirma o neurocientista Aristides Brito.
Influência no cérebro
Se meditar possui efeitos profundos no órgão, aliar essa prática à música e aos mantras gera resultados ainda mais eficazes. De acordo com Aristides, estimula a circulação, melhora a oxigenação, libera dopamina – substância responsável pelo prazer – e desperta a memória, pois aciona o hipocampo.
“O ritmo está ligado ao movimento e envolve circuitos do cerebelo relacionados ao tempo e à coordenação motora. A harmonia também ativa o cerebelo e o tronco cerebral, que despertam a cognição. Ademais, a repetição de mantras ou letras de música incitam a área de broca e Wernicke relacionados com a linguagem”, conclui o especialista.
Quais as músicas e os mantras certos?
Muitos consultores e profissionais sugerem listas de títulos apropriados para deixar a mente tranquila e estabelecer um foco, pontos essenciais para a meditação. No entanto, a relação das pessoas com músicas e mantras é particular. Um som específico tem a capacidade de desencadear um sentimento diferente em cada indivíduo. Por isso, é indicado que a escolha seja feita por quem ouvirá a canção.
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Texto e entrevista: Érika Alfaro/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultoria: Aristides Brito, neurocientista e diretor do Marca Pessoal Treinamentos