Desde 2015, acompanhamos um período de tensão na saúde pública do Brasil, por conta do surto de microcefalia que se espalhou pelo país, associado ao aumento no número de casos de infecção pelo vírus Zika, principalmente em gestantes, o que desencadeou uma série de nascimentos de crianças que apresentaram a malformação cerebral. Mas você sabe o que é a microcefalia? Entenda agora!
Problemas no desenvolvimento do crânio
Quando nascemos, os ossos do nosso crânio são ainda muito flexíveis e “separados”, para permitir que o feto passe com mais facilidade pela cavidade vaginal durante um parto normal e também para acompanhar o rápido crescimento do cérebro e garantir o espaço necessário para que ele se desenvolva. A microcefalia é uma alteração neurológica rara, na qual o cérebro e a caixa craniana apresentam tamanho significativamente menor do que o normal quando comparados aos de outros indivíduos do mesmo sexo e idade. Normalmente decorre da fusão prematura da estrutura craniana, comprometendo o desenvolvimento do cérebro.
Causas
A malformação apresenta dois tipos. O primeiro, chamado microcefalia verdadeira, é consequência de causas genéticas hereditárias, onde o feto recebe genes defeituosos do pai e da mãe, que não manifestam a doença. O segundo tipo é chamado de microcefalia por craniossinostese, e decorre de fatores ambientais – relacionados à saúde da gestante – , como abuso de drogas e medicamentos, doenças infecciosas, exposição à radiação, desnutrição da mãe, falta de oxigenação nos tecidos e no sangue na hora do parto, entre outras causas.
Em novembro de 2015, após detectar a presença do vírus Zika em uma menina que nasceu com microcefalia no Ceará, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre a proliferação do vírus e a epidemia de microcefalia no país, oficializando assim o agente viral como mais um causador da malformação cerebral em fetos infectados.
Sintomas e diagnóstico
Os principais sintomas que podem ser apresentados por portadores de microcefalia, além do tamanho reduzido do crânio, são déficit cognitivo e motor graves, hiperatividade, comprometimento da visão – presente na maioria dos casos -, audição e fala e, nos casos mais graves, convulsões.
O diagnóstico pode ser feito ainda na gestação, a partir de exames pré-natais, exames complementares por neuroimagem, utilização de ultrassom e ressonância magnética. Também é possível identificar a malformação cerebral a partir da avaliação clínica de rotina à qual os recém-nascidos são submetidos durante as primeiras 24h de vida.
Alternativas de tratamento
Infelizmente, a microcefalia não tem cura. Mas é possível dar assistência à criança portadora da malformação. O acompanhamento de profissionais de diversas áreas, como neurologistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, dentistas e fisioterapeutas, e o uso de alguns medicamentos, podem auxiliar no tratamento da deformidade e no melhor desenvolvimento do portador.
Texto: João Paulo Fernandes/Colaborador
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