Em um passado não muito distante, ser mãe autônoma era motivo de vergonha. Hoje, mulheres e casais homossexuais que desejam constituir família sem a figura paterna podem recorrer a procedimentos de fertilização em clínicas de reprodução humana.
Mudança de comportamento
A tendência se repete nos dois bancos de sêmen brasileiros. De acordo com Vera Beatriz Fehér Brand, diretora do Pró-seed, cerca de 20% dos pedidos de sêmen são para as solteiras. “Há cinco ou dez anos, esse número era praticamente nulo”, completa. Edson Borges Junior, diretor científico do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, registra que nos últimos 5 anos houve um aumento de 40% na procura de mulheres solteiras pelo banco de sêmen. “Aqui no Fertility, esse tipo de paciente representa 10% de nossos casos”, revela.
Doador selecionado
Os voluntários precisam atender a alguns requisitos antes da doação. Tanto no Pró-seed quanto no Fertility, o possível doador passa por uma pré-seleção e realiza uma bateria de exames laboratoriais para checar a existência de doenças hereditárias e infectocontagiosas, como aids, hepatite e sífilis. Se todos os resultados forem negativos, a amostra de sêmen é mantida em quarentena e, após seis meses, o doador é convocado a passar novamente por todos os exames. Só depois de todo esse processo o sêmen passa a fazer parte dos bancos.
Anonimato
Segundo a resolução 1358/92 do Conselho Federal de Medicina de 30 de setembro de 1992, a doação de sêmen deve ser anônima. “O doador não conhecerá o casal a quem o sêmen for doado, nem as possíveis crianças geradas, assim como o casal não terá acesso à identidade do doador”, afirma o diretor científico do Fertility. Também não há pagamento pela doação.
A escolha
Apesar do total anonimato, a mulher pode escolher certas características físicas do doador de sêmen, como cor dos olhos, cor e tipo do cabelo, cor da pele, peso e altura. O Pró-seed também fornece a profissão e os hobbies do voluntário, informações que podem ajudar a definir um a personalidade do anônimo. “Do lado do número de cada doador vão as suas características em uma planilha para que a paciente possa escolher”, explica a diretora do banco de sêmen.
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Texto: Renacha Batista | Edição: Douglas Françoza