O nome completo é Lúpus Eritematoso Sistêmico. Uma doença um tanto quanto rara — talvez, por isso, ainda existam muitas dúvidas a respeito da sua forma de atuar. O que se sabe é que o problema desencadeia uma reação em que o sistema imunológico acaba se voltando contra o próprio portador e que, quando não identificada logo de início, resulta em sérios danos à saúde, principalmente para os rins e o cérebro.
“Lúpus é uma doença autoimune que tipicamente afeta mulheres jovens. A doença pode atingir literalmente qualquer órgão. Sua causa é desconhecida e não existem medidas preventivas eficientes. Existem, sim, tratamentos muito eficazes para controlar a doença e evitar consequências maiores”, alerta o reumatologista Ari Halpern.
Difícil de detectar
Como o lúpus afeta o sistema imunológico e desregula diversas outras funções do corpo, a doença pode se manifestar pelos mais diversos sintomas: fraqueza, perda de apetite e emagrecimento, febre, pericardite (inflamação do pericárdio, membrana que envolve o coração) ou pleurite (inflamação da pleura, membrana que recobre o pulmão). Na maioria das vezes, o diagnóstico é demorado e só ocorre depois que o paciente passou por uma série de médicos de diferentes especialidades. Um desses sinais são dores nas articulações dos membros superiores (punhos, cotovelos, ombros e dedos das mãos) que surgem de forma assimétrica e itinerante (mudando de local sem nenhum motivo aparente). Como o quadro se assemelha ao de artrite reumatoide, é comum que os portadores de lúpus se consultem em algum momento com um reumatologista.
- Sintomas: variam desde dores nas articulações, fraqueza e febre até danos mais graves, sobretudo para os rins e o cérebro.
- Como diagnosticar: não existem exames específicos para detectar o lúpus. Porém, análises de sangue e urina, radiografias, ultrassonografias e outros testes, em conjunto com o histórico do paciente, são capazes de revelar o problema.
- Principais tratamentos: remédios que controlem as reações imunológicas, como analgésicos, anti-inflamatórios e imunossupressores.
- É possível prevenir? Não, pois é uma disfunção natural do organismo dos portadores. No entanto, protegendo-se de tudo que ativa o sistema imunológico e com as orientações médicas corretas, é possível desfrutar de uma vida tranquila.
Texto: Paula Santana
Consultoria: Ari Halpern, reumatologista
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