Quem vê os bailarinos com seus passos leves, saltos e rodopios, não imagina o quão disciplinada e repetitiva é a profissão. Cada movimento exige treino e recorrência para chegar à perfeição. Porém, quando feitos de maneira incorreta e sem acompanhamento de especialistas pode acarretar lesões sérias à saúde. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Wolverhampton, as lesões causadas pela dança são mais frequentes que em outras modalidades.
O estudo também indica que 80% dos dançarinos sofrerão traumas que afetarão sua carreira na profissão. “Antes de enfrentar esses problemas é essencial que o dançarino esteja atento a importância dos alongamentos antes dos treinos, da postura, ficar alerta aos sinais de dores e não arriscar técnicas sem acompanhamento e experiência. Tudo isso leva muitas vezes ao afastamento das atividades e, em alguns casos, até mesmo para sempre”, afirma a ortopedista e traumatologista do Hospital Moriah, Dra. Juliana Doering.
Outro ponto comentado pela especialista foi em relação a identificação das lesões causadas pela dança, “os diagnósticos são dados de forma correta apenas por especialistas no assunto. É importante procurar por profissionais ou instituições que realmente tenham a vivência e experiência com essas lesões, o diagnóstico tardio ou errado pode acarretar em sérios problemas e até mesmo em frustrações psicológicas”, alerta.
As pernas costumam ser as partes mais afetas pelos impactos da dança. FOTO: Shutterstock
Excessos
São problemas comumente acarretados por excesso de ensaio, condições físicas pré dispostas, como é o caso dos pés chatos ou da frouxidão ligamentar ou o uso de sapatilhas de ponta. Foram identificadas as 6 mais frequentes lesões causadas pela dança, são elas:
1. Entorses de tornozelo
2. Tendinites
Esse problemas costumam ser tratados com a prática de fisioterapia e, caso sejam recorrentes, opta-se pela intervenção cirúrgica.
3. Joanetes
Diferente dos normais, os joanetes de bailarinos podem ser corrigidos com tratamento cirúrgico, o que apresenta bons resultados estéticos e em relação a dor. Porém, pode comprometer a mobilidade da articulação do dedo, prejudicando movimentos como ponta dos pés e giros no próprio eixo.
4. Dores nas partes posteriores e inferiores dos tornozelos
O primeiro procedimento adotado, geralmente, é a fisioterapia. Caso não apresente resultados, recorre-se à cirurgias não invasivas, com recuperação rápida e não tão doloridas.
5. Fraturas por estresse
6. Traumas
A recuperação dependerá do grau de gravidade da lesão, podendo ir de suspensão dos ensaios e fisioterapia até procedimentos cirúrgicos mais complicados e com um tempo maior de repouso.
Texto: Michele Custódio/Colaboradora | Consultoria: Dra. Juliana Doering, ortopedista e traumatologista do Hospital Moriah
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